O estudo ‘Purchasing Power Europe 2025’, divulgado pela GfK/NIQ Geomarketing, revela que o poder de compra médio em Portugal é atualmente de 16.943 euros por habitante. Embora este valor tenha subido, continua abaixo da média europeia, que se situa nos 20.291 euros per capita.
De acordo com a análise, o crescimento dos rendimentos resulta da recuperação do consumo e da evolução positiva dos salários. Ainda assim, Portugal mantém-se distante dos níveis observados nas economias europeias com maior poder de compra.
O estudo evidencia também mudanças na distribuição regional do rendimento. Oeiras ultrapassou Lisboa e lidera agora o ranking nacional, com 26.863 euros por pessoa. A capital desce para o segundo lugar, com 26.161 euros, seguida de Cascais (23.958 euros), Alcochete (23.375 euros) e Vila do Porto (22.046 euros).
Os concelhos do Porto, Coimbra e Mafra mantêm-se entre os dez municípios com maior poder de compra, todos com valores superiores a 20 mil euros per capita. No extremo oposto, Vinhais (9.406 euros) e Benavente (16.985 euros) figuram entre os territórios com menor rendimento, “significativamente abaixo da média nacional”, sublinha o relatório.
Apesar da descida das taxas de inflação na União Europeia, previstas para 2,3% em 2025, o custo de vida em Portugal permanece elevado, pressionado sobretudo pelos preços da habitação, da energia e dos bens alimentares.
Segundo o estudo, esta realidade “continua a condicionar o poder de compra real das famílias portuguesas”, limitando a aproximação à média europeia e evidenciando “os desafios estruturais da economia nacional”.
O diretor-geral da GfK/NIQ em Portugal, António Salvador, destaca que “o peso das despesas essenciais e as desigualdades regionais permanecem determinantes, com uma clara concentração do rendimento nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto”.
A nível europeu, o rendimento médio disponível é de 20.291 euros por habitante, representando um crescimento de 4% face a 2024 e totalizando 13,9 biliões de euros em poder de compra.
No topo do ranking surgem o Liechtenstein (71.130 euros), a Suíça (53.011 euros) e o Luxemburgo (38.929 euros) — países com rendimentos entre 1,9 e 3,5 vezes superiores à média europeia. No extremo oposto, Kosovo, Bielorrússia e Ucrânia continuam a apresentar os níveis mais baixos.
Ainda assim, o relatório identifica uma tendência de convergência entre as economias europeias, com os países da Europa Central e de Leste a registar crescimentos acima da média, reduzindo gradualmente a distância em relação ao Ocidente.