A taxa de variação homóloga supera o intervalo esperada pelos economistas de 1,9% a 2,3%, enquanto a verificada na comparação em cadeia fica no limiar superior de 0,3% a 0,8%.
Na comparação face a igual período do ano passado, destacam-se dois fatores de influência: as exportações de bens e serviços aceleraram ligeiramente e o consumo privado também subiu.
Os dados do INE, que ainda não incluem detalhes mais afinados sobre as componentes do PIB, revelam para já que o contributo negativo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi menos acentuado com a aceleração das exportações, já que ao mesmo tempo também se verificou uma ligeira desaceleração das importações.
Contudo, continua a ser a procura interna que puxa pelo crescimento da economia, embora o seu contributo se tenha mantido relativamente estável. Um comportamento que resultou de uma aceleração do consumo privado que compensou a desaceleração verificada no investimento e ocorreu no trimestre em que se aplicaram as novas tabelas de retenção na fonte em agosto e setembro de forma a traduzir a redução do IRS com retroativos a janeiro, a que se somou o ‘bónus’ extraordinário aos pensionistas. Isto significou mais dinheiro ao fim do mês no bolso dos portugueses, cenário que no ano passado tinha ocorrido em setembro e outubro.
Na comparação trimestral, a aceleração do crescimento foi ligeira, passando de uma taxa de 0,7% no segundo trimestre para 0,8% no terceiro, com os contributos da procura interna e externa a registaram um comportamento semelhante ao do verificado na comparação homóloga.
Uma recuperação das exportações é precisamente esperada pelo Governo para o segundo semestre. “Para a segunda metade do ano, antecipa-se uma aceleração do PIB, decorrente da manutenção de um crescimento robusto da procura interna e de alguma recuperação das exportações após o comportamento fraco registado no primeiro semestre”, pode ler-se no relatório do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no qual prevê um crescimento económico de 2%, depois de uma taxa de 2,1% em 2024.