Regulador alerta Hospital do Barreiro para não dificultar acesso depois de recusar grávida

O regulador da saúde deu uma instrução à Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR) para não obstaculizar o acesso dos utentes, na sequência da recusa em atender uma grávida com sinais de aborto espontâneo.

© D.R.

O caso remonta a 1 de fevereiro de 2024 e motivou a abertura de um processo de inquérito pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que divulgou hoje as suas deliberações do terceiro trimestre de 2025.

A ERS decidiu ainda recomendar ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que garanta, em permanência, articulação e coordenação com os serviços de urgência das unidades de saúde, relativamente à referenciação e orientação de doentes.

Em causa estava uma grávida de cinco semanas com hemorragia vaginal abundante, que foi transportada pelos bombeiros voluntários do Sul e Sueste para o Hospital do Barreiro, que tinha o bloco de partos fechado ao exterior nesse dia, uma situação imprevista por falta de médicos.

Apesar de a utente ter chegado a ser inscrita no serviço de urgência do Hospital do Barreiro, foi recusado o atendimento pela médica de serviço na urgência de ginecologia/obstetrícia, tendo o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) reencaminhado a grávida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, adianta a ERS.

No entanto, a grávida, 29 anos, também não foi atendida no Hospital de Santa Maria, uma vez que o bloco de partos e o serviço de obstetrícia se encontrava encerrado para obras, tendo o CODU contactado o Hospital Amadora-Sintra, que informou que apenas estava a receber grávidas com mais de 22 semanas.

Perante as várias impossibilidades de atendimento, foi dada a indicação à tripulação da ambulância para proceder ao transporte da utente para o serviço de urgência do Hospital de Cascais, onde foi admitida pelas 20:51 de 01 de fevereiro, depois de se ter deslocado inicialmente para o Hospital do Barreiro por volta das 18:20.

“Sendo certo que, não obstante as incansáveis diligências do CODU, no sentido de garantir a admissão e atendimento da utente, a ULSAR não se absteve de obstaculizar e, efetivamente, impedir o acesso da utente aos cuidados de saúde de que necessitava naquele estabelecimento hospitalar”, concluiu a ERS.

Segundo a deliberação, a situação é “tão mais gravosa” na medida em que se tratava de uma readmissão da grávida, que teve alta do Hospital do Barreiro nas 24 horas que antecederam o episódio em causa.

“A ULSAR violou as regras relativas ao acesso aos cuidados de saúde, por via da adoção de práticas de rejeição infundada de utentes em estabelecimento prestador de cuidados de saúde do SNS”, salienta ainda o documento.

Perante isso, a ERS instruiu a ULSAR a garantir, de forma efetiva e permanente, o cumprimento das redes de referenciação em vigor em cada momento, em especial da urgência de ginecologia e obstetrícia, “abstendo-se de obstaculizar, por qualquer forma, o direito de acesso a uma prestação integrada e tempestiva de cuidados de saúde”.

A ULSAR instaurou um processo interno de inquérito, mas depois de ter conhecimento que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde iria também averiguar os factos, decidiu a sua suspensão.

Últimas do País

A GNR identificou, em nove dias, mais de 560 condutores, e desses deteve mais de 320, por conduzirem com excesso de álcool, no âmbito da sua operação de Natal e Ano Novo, foi hoje divulgado.
O presépio da Associação Cultural e Recreativa Os Palheiros, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, ficou sem iluminação durante a noite em consequência do furto das luzes e da respetiva extensão elétrica. Os dois furtos representam um prejuízo superior a 600 euros para a associação.
Duas pessoas foram realojadas no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sequência de danos no telhado de uma habitação, devido ao mau tempo, nos Açores, que já provocou 11 ocorrências, adiantou a Proteção Civil.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentaram hoje tempos de espera de mais de 12 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O tempo médio de espera nas urgências hospitalares é hoje de quase três horas para doentes urgentes e de 49 minutos para casos muito urgentes, de acordo com informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A PSP registou, em 24 horas, 106 acidentes, dos quais resultaram dois feridos graves e 38 ligeiros, no âmbito da segunda fase da Operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança, foi hoje divulgado.
A operação de Natal da PSP e GNR registou 15 vítimas mortais e 1.444 feridos, dos quais 89 em estado grave, na sequência de 4.847 acidentes de viação ocorridos entre 18 e 26 de dezembro.
Os distritos de Guarda e Castelo Branco vão estar sob aviso amarelo durante a noite devido à queda de neve, enquanto Faro tem o mesmo alerta para a tarde de hoje, mas devido à previsão de forte precipitação.
A Urgência Pediátrica do hospital de Évora está hoje a funcionar com equipa incompleta, o que pode provocar "tempos de espera mais elevados" para doentes sem referenciação, divulgou a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC).
Cerca de 6.200 vítimas de violência doméstica têm atualmente teleassistência, conhecida como 'botão de pânico', indicou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que em 2026 assume a responsabilidade plena pelo sistema.