André Ventura, presidente do CHEGA, subiu o tom contra o PS e o Governo durante a discussão do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), acusando os socialistas de se terem transformado “na muleta oficial do PSD” e o Executivo de manter uma política fiscal “que esmaga quem trabalha”. Para o líder da oposição, o PS “aprova este Orçamento porque já não sabe quem é nem para que serve”, descrevendo o partido como “um projeto político que deslizou do segundo para o terceiro lugar e que acabará, inevitavelmente, no quinto ou sexto”. “Tornou-se inútil”, afirmou.
O Parlamento iniciou esta quinta-feira o debate e a votação do OE2026 na especialidade, numa maratona que se prolongará por cinco dias e que culminará com a votação final global a 27 de novembro.
Durante a sua intervenção, Ventura criticou a postura do Governo, que tem rejeitado alterações a vários pontos sensíveis do Orçamento, incluindo a redução do IVA das rações para animais. “Quando um Governo diz que não pode mudar nada, quem ouve isto pergunta: que raio de Orçamento é este?”, questionou. E acrescentou de imediato: “Ou é mau porque foi mal feito, ou foi feito por gente incompetente. Eu acho que é uma combinação das duas.”
O presidente do segundo maior partido acusa o Executivo de seguir “a mesma receita fiscal dos últimos anos”, apontando o fim do desconto no ISP, a manutenção do adicional ao IUC e as portagens como exemplos de que “o Governo continua a sacar impostos por via indireta”. Para Ventura, “este OE não difere quase nada dos de António Costa — continua a tirar dinheiro aos contribuintes”.
Em contraponto, deixou duas promessas: “Leiam os meus lábios: as portagens vão mesmo acabar onde tiverem de acabar”, garantiu, assegurando ainda que “as pensões vão subir para acabar com o lastro de miséria em que muitos reformados vivem”.
Ventura afirmou também que o CHEGA não permitirá que o OE2026 destine “um único cêntimo” a associações LGBT ou ao financiamento de mesquitas — apesar de um parecer da Assembleia da República considerar esta proposta inconstitucional.