Em declarações à agência Lusa, o investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço indicou que o eclipse será visível na sua totalidade apenas no Parque Natural de Montesinho, em Bragança, mas assinalou que no resto do país “ainda há uma percentagem elevada de eclipse”.
Um eclipse total do Sol ocorre quando a Terra, a Lua e o Sol estão perfeitamente alinhados e a Lua oculta completamente o disco solar por alguns momentos.
“Em 2026, durante cerca de 26 segundos, [a 12 de agosto] o dia transforma-se em noite no nordeste transmontano”, refere um comunicado da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
Segundo cálculos de Rui Jorge Agostinho, o obscurecimento será de 98,2% no Porto, de 94,5% em Lisboa, de 92,7% em Faro, ficando abaixo dos 80% no Funchal (77,5%) e em Ponta Delgada (76,9%).
Ou seja, apesar de não ser total, “a percentagem de cobertura é tanta que dá para as pessoas experimentarem aquilo que acontece durante o eclipse deste género, que é sentir a temperatura abaixar”, explicou o investigador, acrescentando que quando o sol desaparece “a temperatura média não ar responde imediatamente”.
Além disso “porque o sol está tapado, os animais à volta respondem e acolhem-se aos locais onde costumam pernoitar ou descansar”.
O especialista disse que o fenómeno todo, desde que “a Lua começa a tapar o Sol e até que sai novamente do outro lado” demora “uma hora e cinquenta nos casos máximos”.
De acordo com Rui Jorge Agostinho, outro aspecto importante é o eclipse ocorrer “do lado poente” e quando em Portugal “o Sol se estiver a pôr do sol, portanto já próximo do horizonte”.
Se nesse dia houver céu limpo e tendo em conta que agosto é mês de praia, serão muitas as pessoas que poderão ver o eclipse na costa atlântica, adiantou.
O eclipse será visível numa faixa estreita que atravessa o Ártico, Gronelândia, Islândia, Espanha e Portugal, refere o comunicado da Ciência Viva, precisando o astrónomo que no país vizinho a escuridão total ocorrerá numa zona bastante maior.
“O último eclipse total do Sol observado em Portugal aconteceu em 1912 e o próximo será em 2144, tornando o Eclipse de 2026 num momento imperdível para várias gerações”, assinala o comunicado.