A Câmara Municipal da Mealhada aprovou hoje, por unanimidade, a adoção do traçado do eixo 4 para a linha ferroviária de alta velocidade Lisboa-Porto, por trazer “menor impacto para a população e para o desenvolvimento do concelho”.
“Afeta poucas construções. Uma grande parte do traçado passa em zona florestal e, quando passa em zona de vinha, que nós também temos de defender a nossa vinha, é por viaduto”, acrescentou.
No seu entender, “o impacto é muito menor para a população”, tanto a nível social, como a nível económico, prejudicando em menor escala o desenvolvimento do concelho.
“O eixo quatro, embora esteja previsto o impacto negativo em duas habitações, mas ao nível de engenharia ou de alguma obra de arte, dá para proteger as habitações. Portanto, podemos dizer que são zero habitações”, referiu.
Já sobre o traçado do eixo 5, não tem dúvidas de que irá criar “vários problemas” ao concelho da Mealhada.
“Rasga de norte a sul o nosso concelho, deitando abaixo muitas construções de habitações, cerca de 25, e impedindo o nosso desenvolvimento ao nível da nova concessão para habitação, mas também ao nível industrial, já que há uma faixa muito grande que deixará de estar afeta a áreas urbanas”, sustentou.
Segundo o autarca, eleito pela lista Mais e Melhor – Movimento Independente (MMMI), o eixo 5 terá “um impacto muito negativo” para a Mealhada, bem como para toda a região.
“Este traçado, que se desenvolve sobre as povoações de Barcouço, Rio Covo, Silvã, Pedrulha, Casal Comba e Antes, deverá ser totalmente desconsiderado, sob pena de uma parte do capital social e económico deste concelho ficar estrangulado”, disse.
Em sintonia estiveram os vereadores da oposição, com o socialista José Morais a evidenciar que, apesar dos dois eixos propostos terem impactos para o concelho, o eixo 4 é o que “menos prejudica a Mealhada”.
“O eixo 5 é para rejeitar, o próprio estudo diz que o eixo 5 tem mais impacto. Não somos nós que o dizemos, são eles”, alegou.
Também o antigo presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, e a vereadora Sónia Leite consideraram que o eixo 4 é o que menos prejudicará o concelho.