“Nestas três obras [o investimento] é na ordem dos sete milhões de euros, suportado pela Câmara Municipal de Cascais”, avançou o presidente, Carlos Carreiras, em declarações aos jornalistas, ladeado pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, durante a visita àquela empreitada, após a cerimónia que assinalou o arranque da transferência da aviação executiva do Aeroporto Humberto Delgado para o Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires.
De acordo com os responsáveis, as obras deverão estar concluídas dentro de um ano e vão permitir a transferência total da operação de jatos privados da Portela para Tires.
Para tal, as escolas de aviação vão ter de sair para outros aeródromos, nomeadamente do interior do país, num processo que será gradual, mediante o que estiver estipulado nos contratos em vigor, garantiu Carlos Carreiras.
Quanto ao ruído que motiva algumas queixas de moradores da zona envolvente, o autarca lembrou que se trata de bairros de génese ilegal, uma vez que foram construídos depois do aeródromo.
Ainda assim, realçou, a Câmara Municipal está disponível para comparticipar medidas de melhoria das condições de habitabilidade, como, por exemplo, substituição de janelas, e, no limite, comprar a casa a quem não se quiser manter naquele local, como já aconteceu.
Já quanto às acessibilidades à infraestrutura aeroportuária, estudadas pelo menos desde 2018 mas que nunca avançaram, Carlos Carreiras explicou que as dificuldades do projeto prendem-se com o contrato de concessão da Brisa, no que diz respeito à Autoestrada 5.
“Sabemos que há disponibilidade da Brisa e do Governo de encontrarem uma solução, no âmbito do contrato de concessão da A5, destas acessibilidades serem estabelecidas”, adiantou o autarca, levando à intervenção do ministro das Infraestruturas para garantir que “há todas as condições de retomar” os projetos.
Segundo o presidente da Câmara, além de um novo nó da autoestrada para ligar ao aeródromo de Tires, pode também haver disponibilidade para criar um corredor ‘bus’ até à área norte de Lisboa.
O Aeródromo Municipal de Cascais é atualmente responsável por 50% de toda a aviação executiva da zona de Lisboa.
Na semana passada foi publicado em Diário da República um despacho para a criação de um grupo de trabalho cujo objetivo é definir a calendarização de obras e certificações necessárias para que o aeroporto de Cascais comece a assumir toda a aviação executiva do Aeroporto de Lisboa.
O grupo de trabalho realizou hoje a sua primeira reunião, no Aeródromo Municipal de Cascais, onde foi também assinado o Auto de Consignação da Construção da nova aerogare.