O Conceito da Mulher Tradicional no Mundo Moderno

No cenário complexo e em constante revolução do século XXI, as expectativas em torno do papel da mulher tradicional enfrentam uma metamorfose cultural. A figura feminina tem-se moldado a uma espécie em vias de extinção, quer pela ideologia feminista do conceito que é ser uma mulher ou quer pela substituição do homem nos seus cargos destinados como é o exemplo do desporto, dos concursos de beleza e da maternidade. Vivendo então numa sociedade negacionista face à existência de rótulos, no presente quotidiano uma mulher não se pode limitar apenas a ser chamada de mulher sem ter o termo tradicional à sua frente, ou é rotulada pelo estereótipo feminista, ou pelo estereótipo modernista que tem vindo a surgir na internet “tradwife”.
Ao considerar o papel da mulher tradicional no mundo moderno é necessário refletir sobre o seu atraso devido à existência de uma perspetiva feminista sobre o assunto que nega por completo a função feminina dentro de uma sociedade, não acreditando nos conceitos de cumplicidade e complementaridade de ambos os géneros. Um notável exemplo deste tópico é a normalização dos métodos contracetivos e do aborto como sendo um direito digno à liberdade individual de uma mulher. E é de salientar este paradigma feminista que é o orgulho em ser mulher, mas não em exercer as suas funções. Como é que se pode considerar producente uma mulher ter enorme orgulho no seu género e rejeitar a maior dádiva que uma mulher alguma vez poderia ter que é a gestação, sendo a favor de métodos que acabariam com a vida do seu filho?
O conceito de “tradwife” já é por si só contraditório tendo em conta que remete a mulher a uma vida totalmente doméstica e familiar, ao abandono do mercado de trabalho e à submissão ao seu esposo. No entanto, este conceito tem vindo a crescer na internet e particularmente por “tradwives” que expõe a sua vida doméstica e as suas ideias na internet, o que vai um bocado além daquilo que se espera de uma “tradwife”, ou seja, uma mulher totalmente reservada, dedicada ao trabalho doméstico e não virtual e com as suas opiniões exclusivamente expostas para o seu marido. Posto isto, é errado associar o papel da mulher tradicional à imagem de uma mulher dos anos 50, loira e com vestidos floridos, tendo em conta que esse seria provavelmente o papel de uma mulher tradicional nessa década, mas que uma mulher tradicional também se molda à sua época atual.

Outro aspeto que deturpa por completo o papel da mulher na sociedade é a perspetiva masculina sobre o seu papel. A corrente feminista tem vindo a ser uma ameaça para o homem. Isto porque com o empoderamento feminino, o homem não consegue estabilizar o seu estatuto e poder na sociedade, culpabilizando as mulheres pelas suas frustrações amorosas e pelos seus conflitos internos. Conformando-se com a situação, o homem refugia-se na pornografia, para aliviar a sua necessidade inconsciente de uma presença feminina. Contudo, este vício acrescenta-lhe uma conceção objetificada da mulher. Já o ódio traz ao homem um desejo de submissão por parte da esposa que claramente não corresponde à realidade.

Não tendo o apoio feminino nem masculino na sua ideologia de vida, a mulher tradicional usa como base a herança cultural deixada pelos seus antepassados e os ensinamentos cristãos para se voltar à vida tradicional. Sendo assim, o verdadeiro papel de uma mulher tradicional no século XXI é o concílio entre a vida doméstica, matrimonial e profissional, levando a cabo as suas prioridades como mãe, esposa e profissional. O homem e a mulher têm ambas as funções de conciliar e aperfeiçoar as suas particulares qualidades que lhes foram atribuídas por natureza. Estas particularidades que distinguem tão bem os dois sexos são tão visíveis que apenas a cegueira de sapiência e a má doutrinação poderiam ignorar o seu valor. Assim, vasto é o campo de ação que se oferece nos dias de hoje à mulher e que pode ser seguido segundo a atitude e o caráter de cada uma.

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