“Vamos abordar [esta questão] começando por reconhecer o nosso erro”, declarou Dave Calhoun, numa reunião em instalações da Boeing, de acordo com declarações transmitidas por um porta-voz da empresa.
O líder da fabricante prometeu tratar do caso “de forma transparente, em cada etapa do processo”, embora não tenha especificado a que tipo de erro se referia.
Calhoun disse que confia na Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos “para garantir que todas as aeronaves autorizadas a voar estejam seguras e para garantir que este evento nunca mais se repita”.
“Todos os detalhes são importantes”, insistiu o executivo, que admitiu ter ficado chocado pelas imagens do voo da companhia aérea norte-americana Alaska Airlines, obrigado a uma aterragem de emergência na sexta-feira no noroeste dos Estados Unidos, depois de uma porta e um pedaço da fuselagem terem caído.
Na segunda-feira, a Alaska Airlines disse ter detetado “equipamento mal fixado” durante verificações dos Boeing 737 MAX 9
Inspeções preliminares mostraram que “equipamento mal fixado é visível em determinadas aeronaves”, afirmou a companhia aérea, num comunicado.
A Alaska Airlines sublinhou que novas inspeções iam ser realizadas de acordo com as ordens da FAA.
Horas antes, outra companhia aérea norte-americana, a United Airlines, indicou ter encontrado parafusos mal apertados durante verificações nas portas ‘seladas’ dos Boeing 737 MAX 9.
A United possui a maior frota de 737 MAX 9, com 79 aeronaves, todas atualmente paradas para uma inspeção determinada pela FAA.
“Desde que iniciámos as inspeções no sábado, fizemos descobertas que parecem estar relacionadas com problemas na instalação do painel de bloqueio das portas”, adiantou a empresa, em comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).
“Por exemplo, parafusos que precisavam de ser apertados”, acrescentou.
O bloqueio de determinadas portas é uma configuração que a Boeing oferece aos clientes quando o número de saídas de emergência existentes já é suficiente em relação ao número de assentos da aeronave.
Além do 737 MAX 9, este dispositivo já existe em outros modelos da Boeing, nomeadamente no 737-900ER, lançado em 2006 e que não sofreu incidentes semelhantes desde então.
O acidente, uma nova avaria do 737 MAX 9, provocou a queda da cotação em bolsa da Boeing, que enfrenta um novo duro golpe, num momento em que tinha conseguido melhorar os seus índices de produção até ao final de 2023.
Depois de entregar apenas 15 aviões 737 MAX em setembro, o menor total mensal em dois anos, e 18 em outubro, a fabricante subiu para 46 em novembro e 44 em dezembro, de acordo com dados publicados na terça-feira.