Num relatório, a organização não-governamental (ONG) de direitos humanos acrescentou ter recebido relatos de que as forças russas terão também executado outros seis soldados ucranianos que se estavam a render ou que já se tinham rendido.
“Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, as forças [russas] cometeram muitos crimes de guerra hediondos”, disse num comunicado a diretora de Crises e Conflitos da HRW, Belkis Wille.
“A execução sumária – ou assassínio – de soldados ucranianos rendidos e feridos, mortos a tiros a sangue-frio, expressamente proibida pelo direito humanitário internacional, também está incluída nesse legado vergonhoso”, acrescentou Wille.
A HRW recordou que, em março de 2023, uma missão das Nações Unidas acusou as forças armadas da Rússia e o grupo paramilitar russo Wagner de executar 15 prisioneiros de guerra ucranianos.
Num outro relatório, divulgado em março passado, as Nações Unidas mencionaram a execução por parte de forças russas de pelo menos 32 prisioneiros de guerra ou soldados ucranianos já rendidos.
“Embora cada um destes casos seja horrível, talvez o mais contundente seja a prova que indica que, em pelo menos um caso, as forças russas deram ordens explícitas para matar soldados em vez de permitir que se rendessem, apoiando assim crimes de guerra”, disse Belkis Wille.
O relatório da HRW referiu que, de acordo com vídeos capturados por drones militares russos e publicados online em fevereiro, um dirigente terá dado a seguinte ordem a soldados russos na região de Donetsk: “não façam prisioneiros, disparem contra todos”.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.