Centenas de bombeiros sapadores juntaram-se numa manifestação promovida pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), que teve início às 12h00 desse dia, para apresentar reivindicações e lamentar a “falta de resposta” dos vários governos.
“Os bombeiros sapadores reivindicam acertos salariais para compensar o aumento da inflação, conforme foi atribuído às demais carreiras da função pública”, disse o presidente do SNBS, Ricardo Cunha, num comunicado antes do protesto.
Esta greve já tinha iniciado na terça-feira, cuja adesão neste dia foi superior a 95%, e está prevista terminar a 31 de outubro, mas que poderá prolongar-se dependendo da resposta às suas reivindicações.
Além dos acertos salariais, os bombeiros sapadores pedem também “a regulamentação da carreira” e um horário de trabalho “a nível nacional, que garanta a operacionalidade e a segurança dos bombeiros e daqueles que por eles são socorridos”.
“Em Portugal, os Bombeiros Sapadores não chegam a três mil profissionais [em 25 municípios] e (…) estas medidas não serão um peso para o Orçamento do Estado, porque estamos a falar de uma possível despesa anual inferior a 10%, comparativamente com aquilo que o Governo atribuiu às forças de segurança”, sustentou o presidente do SNBS.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, comentou a manifestação a partir do recato do Palácio de São Bento, atribuindo a responsabilidade às autarquias.
“Os bombeiros sapadores que se estão a manifestar são bombeiros cujo patrão não é o Estado”, afirmou a ministra.
Já André Ventura, Presidente do partido CHEGA, dirigiu-se à manifestação, onde os bombeiros se formaram para o receber enquanto entoavam a palavra de ordem “respeito”.
Em declarações aos jornalistas, André Ventura afirmou que os bombeiros “são tratados como criminosos, enquanto os criminosos andam à solta”, concluindo que “eles estão a pedir dignidade e o Governo falhou em toda a linha para os defender”, enquanto os Sapadores cantavam “A Portuguesa”.
Para o líder do CHEGA, as declarações da ministra significam uma “desresponsabilização do Governo”, acusando ainda o executivo de “sempre que vê homens e mulheres saírem à rua e manifestarem-se, vêm dizer que estão a negociar e depois fazem acordos que não levam a lado nenhum”.
André Ventura deixou ainda um desafio ao executivo de Luís Montenegro, instando-o a aprovar o suplemento para os bombeiros sapadores, afirmando que o Governo não precisa de negociar com mais ninguém, pois “o CHEGA aprovará imediatamente esta medida”.