Quase 38% das empresas com prejuízo em 2023

A redução dos custos com mercadorias vendidas e matérias consumidas impulsionou uma subida de 12,2% do EBITDA das empresas em Portugal em 2023, num ano em que também aumentou a percentagem de empresas com prejuízo (37,8%).

© D.R

Segundo os “Indicadores Económicos e Financeiros Anuais das Empresas” atualizados hoje para 2023 pelo Banco de Portugal (BdP), nesse ano, 37,8% das empresas tiveram resultados líquidos negativos, uma percentagem superior à registada em 2022 (37,2%).

De acordo com o banco central, o aumento da percentagem de empresas em potencial situação de risco foi transversal à generalidade dos setores, com exceção dos setores da eletricidade, gás e água (-0,4 pontos percentuais (p.p.)) e do comércio (-0,2 p.p.).

Da mesma forma, 31,9% das empresas apresentaram EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) negativo (31,6% em 2022) e, em 13,9% das empresas, o EBITDA gerado não foi suficiente para cobrir os gastos de financiamento (13,5% em 2022).

Já a percentagem de empresas com capital próprio negativo (empresas cujo valor do passivo superou o valor do ativo) “também aumentou, passando de 26,3%, em 2022, para 26,4% em 2023”.

As estatísticas apuradas com base na Informação Empresarial Simplificada (IES) apontam que, no ano em análise, o volume de negócios das empresas subiu 2,4% em relação a 2022 – um abrandamento face aos 24,0% no período anterior, que refletiu a recuperação dos efeitos da pandemia.

O BdP acrescenta que o EBITDA das empresas não financeiras em 2023 cresceu 12,2%, “em decurso da redução dos custos com mercadorias vendidas e matérias consumidas (-3,8%)” e apesar da subida de 11,5% nos gastos com pessoal.

O banco central acrescentou que o aumento do EBITDA foi transversal a todos os setores de atividade, destacando-se o da eletricidade, gás e água, que, apesar da maior redução nas vendas, “foi o que teve o crescimento mais expressivo” (+44,6%).

No que à rendibilidade do ativo diz respeito, que faz a relação entre o EBITDA e o total do ativo, este indicador cresceu 0,7 p.p., para 9,5% em 2023. Depois de um ano de 2020 marcado pela pandemia da covid-19, este indicador registou a terceira subida consecutiva e atingiu o maior valor desde o início da série, em 2006, batendo o anterior máximo, de 9,1% registado em 2007.

Por sua vez, a rendibilidade dos capitais próprios (rácio entre o resultado líquido e o capital próprio) manteve-se em 10,5%.

“Apesar do aumento verificado no resultado líquido, os capitais próprios cresceram de forma mais acentuada”, refere o BdP, que assinala que o Orçamento do Estado de 2023 “contemplou um regime de incentivo à capitalização das empresas”.

Os dados compilados pelo banco central português concluíram ainda que as empresas em Portugal reforçaram os seus capitais próprios, o que alavancou o aumento da autonomia financeira.

Este indicador, que se baseia no rácio do capital próprio no total do ativo, aumentou de 40,0% em 2022 para 42,8% no ano em análise, tendo subido em todos os setores de atividade, “com destaque para o setor das indústrias e da eletricidade, gás e água (+4 p.p. e +6,2 p.p., respetivamente)”.

Face à subida das taxas de juro, os custos de financiamento das empresas também subiu em 2023, de 3,0% para 4,5%.

Últimas de Economia

Os trabalhadores em prestação de serviços no Estado subiram 10% no final do primeiro semestre, face ao final do semestre anterior, para 18.718, o valor mais elevado desde, pelo menos, final de dezembro de 2011, segundo dados da DGAEP.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 1.740 euros por metro quadrado (m2) em novembro, mais 13,7% em termos homólogos e mais 1,1% acima do valor de outubro, divulgou hoje o INE.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 3,3% em novembro face a igual mês de 2023 e 3,2% face a outubro, para 322.548 pessoas, segundo os dados divulgados hoje pelo IEFP.
Os trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal ganharam em 2023, em média, mais 42,5% do que os das sociedades nacionais, recebendo 1.745 euros, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Os trabalhadores da distribuição convocaram uma greve para os dias 24 e 31 de dezembro, em luta por aumentos salariais, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese).
“O Governo procura que os encargos para o Orçamento do Estado sejam o mais limitados possível, e se possível até sem qualquer impacto para os contribuintes, sendo o financiamento totalmente privado. Veremos o que o relatório da Vinci/ANA dirá sobre este aspeto”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.
A Associação Lisbonense de Proprietários apresentou uma queixa formal na Provedoria de Justiça, acusando o Estado de bloquear o acesso dos senhorios à compensação por rendas antigas e de usar o valor tributário sem atualização para calcular o apoio.
A procura mundial de carvão atingiu um nível recorde este ano, mas deverá estabilizar até 2027, dado o crescimento das renováveis para satisfazer a procura crescente de eletricidade, anunciou hoje a Agência Internacional de Energia (AIE).
Os trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa vão estar em greve nos dias 26 e 27 e em greve ao trabalho extraordinário entre dia de Natal e a véspera de Ano Novo, divulgou o Sindicato dos Trabalhadores do Município.
Os bancos vão passar a pagar mais de contribuições periódicas para o Fundo de Resolução (FdR) em 2025, mantendo-se a contribuição para o Fundo de Garantia de Depósitos, segundo as instruções hoje divulgadas pelo Banco de Portugal (BdP).