Em declarações à Lusa, Daniel Martins, da direção do Stop, explicou que o objetivo da petição é “dignificar a carreira destes profissionais”, assunto que está na base da paralisação.
“Eles são poucos e fazem tudo: limpam, são os enfermeiros das nossas crianças, os psicólogos, educadores de educação especial e são os primeiros a recebê-las e a entregá-las nos carros dos pais, ao final do dia”, disse o responsável, lembrando que os assistentes operacionais “recebem o ordenado mínimo desde o início e durante 30 anos”.
Daniel Martins sublinhou a falta de assistentes operacionais nas escolas e disse que é preciso impedir que a sociedade “falhe com estes profissionais”.
“A escola é um trabalho de equipa”, acrescentou, explicando que a proposta do Stop é para que o dia 15 de novembro seja o Dia Nacional do Assistente Operacional.
Daniel Martins falava à Lusa durante a uma das concentrações que hoje estão previstas para diversos pontos do país, desde Guimarães a Odemira, passando pela Figueira da Foz e por Lisboa.
Sobre as consequências da adesão à greve nacional de hoje, disse ainda ser cedo para ter a dimensão global, mas que a informação que tem é que “estarão dezenas de escolas fechadas em todo o pais”.
A greve, que abrange todos os profissionais da educação, desde assistentes técnicos e operacionais, docentes, técnicos superiores e especializados, foi convocada para assinalar a “importância e a necessidade urgente de valorizar e dignificar todos os profissionais da educação”.
No pré-aviso entregue no final de outubro, o Stop pede aumentos salariais num valor mínimo de 120 euros, uma avaliação “justa e sem quotas”, o direito à formação gratuita e em horário laboral, uma “gestão escolar democrática”, com a eleição do diretor e coordenações por todos os trabalhadores da escola e a possibilidade de acesso de todos à Caixa Geral de Aposentações.
O sindicato insiste também no fim do processo de municipalização na educação, que diz potenciar assimetrias regionais no acesso à educação e ser prejudicial para os assistentes operacionais.
As condições de trabalho dos assistentes operacionais são particularmente destacadas no pré-aviso, em que o sindicato reivindica a diferenciação salarial em função da antiguidade e a “diminuição significativa” do rácio de alunos por assistente operacional.
Defende ainda a criação de uma carreira específica, argumentando que a carreira de assistente operacional é “demasiado abrangente”, tendo em conta a especificidade das tarefas exercidas pelos trabalhadores das escolas.