Marcelo critica situações na comunicação social em que culpa “morre solteira”

O Presidente da República criticou hoje situações no setor da comunicação social em que a culpa "morre solteira", repetindo uma expressão que usou há um ano, e disse esperar "melhores notícias do jornalismo português" em 2025.

Sitio da Presidência da Republica Portuguesa

Na cerimónia de entrega dos Prémios Gazeta 2023, no Grémio Literário, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que há que “repetir palavras já ditas”, perante situações “com lastro nas condições de trabalho, na qualidade dos conteúdos produzidos, na indefinição sobre pagamentos e salários e, sobretudo, com efeitos negativos na vida de tantos e tantas jornalistas e das suas famílias”.

O chefe de Estado referiu que, se a cerimónia de há um ano foi “marcada pela situação vivida num dos grandes grupos de comunicação, o Global Media Group”, agora são “outros protagonistas, como a Visão, mas exatamente com as mesmas consequências”.

“Vivem-se indefinições nestas empresas em que ninguém é responsável, não é o proprietário, não é o gestor, não é o financiador, não é ninguém com responsabilidades administrativas, em que morre solteira a culpa”, criticou.

No fim do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu o “papel heroico” dos jornalistas e disse esperar “melhores notícias do jornalismo português” neste ano.

“Eu continuo a acreditar, acreditava antes de ser Presidente, continuarei a acreditar depois de ser Presidente: a democracia como a liberdade de imprensa vencerão”, declarou o chefe de Estado, que está a um ano e dois meses do fim do seu mandato.

Nesta cerimónia, em que Maria Antónia Palla recebeu a Gazeta de Mérito, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou admiração pelo seu percurso como jornalista e defensora dos direitos das mulheres e anunciou que a irá condecorar em breve com o grau de grande oficial da Ordem da Liberdade.

Ante de discursar, o chefe de Estado ouviu outra das premiadas, Marta Vidal, distinguida com a Gazeta de Imprensa pela reportagem “A liberdade, lá em cima: os pássaros de Gaza”, publicada pelo Expresso, acusá-lo e também ao Governo e ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa de se manterem “em silêncio” perante “a aniquilação de um povo e de um território” por parte de Israel.

O Presidente da República fez questão de se dirigir diretamente a Marta Vidal, por ter sido “interpelado diretamente”, e começou por referir que “é uma realidade que Portugal não reconheceu ainda o Estado da Palestina” e que “há uma tentativa de acordo na União Europeia em que há várias posições”.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que, “não obstante, Portugal continua a achar que deve haver uma solução, que foi recusada pelo Knesset israelita há meses, mas que é a solução adotada pela comunidade internacional: dois povos, dois Estados”.

O chefe de Estado salientou também que Portugal “votou na Assembleia Geral das Nações Unidas que a Palestina passasse de membro associado a membro de pleno direito” e “votou todas as resoluções de condenação daquilo que foram atentados contra o direito humanitário cometidos por Israel em Gaza”.

Sobre Maria Antónia Palla, que iniciou a sua carreira em 1968, no Diário Popular, e passou por O Século Ilustrado, Vida Mundial, Anop, A Capital, RTP e Diário de Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que foi a primeira mulher vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas, em 1979, e presidente da Caixa de Previdência dos Jornalistas.

“Um grande caráter, uma grande personalidade, um grande exemplo ético, uma grande democrata. Premiá-la é fazer justiça há muito devida”, elogiou.

“Ouvi recordar que o Presidente Jorge Sampaio a condecorou com a comenda de Ordem da Liberdade. Pergunto por que é que não foi condecorada com a mesma condecoração dos Capitães de Abril homens, que foi o grande oficialato? Irá ser, dentro de dias. Não pode haver discriminação entre os Capitães de Abril e quem lutou também pela liberdade”, considerou.

Os Prémios Gazeta são uma iniciativa do Clube de Jornalistas e têm o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA alcançou um novo marco na sua curta, mas ascendente história política: ultrapassou os 70.000 militantes, reforçando a sua posição como uma das maiores forças partidárias em Portugal. Com este crescimento, o partido liderado por André Ventura aproxima-se do objetivo declarado de se tornar o maior partido português em número de militantes.
O Presidente do CHEGA anunciou que vai pedir a audição do governador do Banco de Portugal no parlamento, depois de questionar se a divulgação das previsões económicas depois as eleições teve como objetivo favorecer o Governo.
O líder do CHEGA acusou o primeiro-ministro de querer trair a votação dos portugueses nas últimas eleições legislativas e avisou que o seu partido "não vai fazer acordos, como outros fizeram", se estiverem em causa "políticas erradas".
O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso de uma cirurgia que Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, realizou no ano passado no Hospital de Santo António, no Porto, confirmou hoje à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Mais dois nomes estão na ribalta por corrupção e não só. E o que não surpreende, nem ao CHEGA, nem a ninguém, é serem nomes ligados ao PS e PSD.
O CHEGA avisou, mas ninguém ouviu. A imigração está a escalar em Portugal e agora é o próprio Governo e a AIMA que admitem.
A distribuição dos lugares no hemiciclo da Assembleia da República continuou hoje sem reunir consenso na conferência de líderes e será agora alvo de um projeto de deliberação elaborado pelo presidente da Assembleia da República.
O líder do CHEGA, André Ventura, criticou hoje a recondução das ministras da Justiça e da Saúde no novo Governo e acusou o primeiro-ministro de "teimosia", dizendo que esperava mudanças em "áreas-chave".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, conta receber hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para lhe apresentar a composição do XXV Governo Constitucional, ao qual prevê dar posse na quinta-feira.
O deputado do PSD José Pedro Aguiar-Branco foi hoje reeleito presidente da Assembleia da República, com 202 votos a favor, 25 brancos e três nulos, na primeira reunião plenária da XVII Legislatura.