DEPOIS DE COSTA, MONTENEGRO REBENTA ESCALA
Os cargos diretivos e políticos, incluindo assessores, aumentaram durante o Governo socialista de António Costa, mas foi no Governo de Luís Montenegro que atingiram o seu máximo. Segundo dados de um estudo do Instituto Mais Liberdade, este tipo de emprego público registou, desde o final de 2015, uma subida na ordem dos 48%, passando para 25,9 mil no primeiro trimestre do ano passado. No entanto, foi no terceiro trimestre de 2024 que atingiu o seu pico com 26,4 mil cargos.
Luís Montenegro tomou posse a 2 de abril de 2024 e, passados aproximadamente cinco meses, em setembro, esse número já tinha subido para cerca de 26 mil e 300 (26.358), sendo que quase 13 mil são dirigentes intermédios e mais de quatro mil são representantes do poder legislativo. Nestes números, a que o JN teve acesso, incluem-se técnicos superiores, profissionais de saúde e de educação, mas a maioria são cargos de nomeação política. Feitas as contas, os chamados ‘tachos’ e ‘tachinhos’ bateram o seu recorde no primeiro ano do Governo da Aliança Democrática (AD), já depois de terem sido alcançados níveis recorde nos anteriores governos socialistas.
Para o Presidente do CHEGA, este “tipo de esbanjamento do dinheiro público tem de acabar”. “Os sucessivos governos do PS e do PSD têm tornado o Estado numa verdadeira agência de emprego para os seus
amigos, lesando os contribuintes que veem o dinheiro dos seus impostos ser usado para estas trocas de favores”, frisou André Ventura. O atual primeiro-ministro que tanto criticava o antecessor António Costa, chegou mesmo a deixar um aviso, no último dia de campanha para as legislativas de 2024, enquanto ainda era apenas Presidente do PSD: “Quero dizer aos partidos que compõem esta coligação [AD], não tenham a expectativa de ir invadir a Administração Pública portuguesa, porque esse não é o nosso conceito.
” A verdade é que menos de um ano depois, o Governo de Luís Montenegro deu continuidade à prática habitual dos governos socialistas e contribuiu para um novo recorde no que diz respeito à distribuição de ‘tachos’. Esta é mais uma das incongruências do atual Chefe do Executivo que se comprometeu também a reduzir impostos através de um choque fiscal e não o fez. No Governo de António Costa, os ‘tachos’ e ‘tachinhos’ tiveram uma subida em flecha. Os mesmos dados mostram que quando Costa assumiu funções em 2015, os cargos diretivos e políticos rondavam os 18 mil (17.900). Mas na altura em que António Costa deixou São Bento, em 2024, o número já tinha subido quase 50% para os 25.900.
Nos últimos 15 anos, a tendência só foi invertida no governo de Pedro Passos Coelho que, por imposição da troika, reduziu os cargos diretivos e políticos.