Ventura considera que Montenegro “não tem condições” para se recandidatar

O presidente do CHEGA acusou hoje o primeiro-ministro de voltar a mentir no caso da empresa Spinumviva, insistindo que não tem condições para se recandidatar ao cargo.

© Folha Nacional

“O primeiro-ministro quis esconder isto do ato eleitoral e quis escondê-lo das pessoas. Isso é grave. Como é que um primeiro-ministro pode ter autonomia e integridade quando sabemos agora que a sua empresa familiar estava a receber dinheiro de entidades que aumentaram a faturação?”, questionou André Ventura, referindo-se aos novos dados divulgados sobre a Spinumviva, antes de iniciar uma arruada em Leiria.

“Isto tem a ver com integridade. O primeiro-ministro não tem condições para ser candidato a primeiro-ministro. Acho que isto é simples e fácil de compreender”, sustentou.

André Ventura lamentou ainda as declarações do deputado do PSD Hugo Carneiro, que sugeriu que as autoridades judiciárias acedessem aos registos telefónicos dos jornalistas para saber quem divulgou a nova lista de clientes da Spinumviva.

“Percebo que o PSD queira desviar as atenções disto para quem é que acedeu, quem é que não acedeu. Eu vi já pedidos de Polícia Judiciária. A Polícia Judiciária não tem mais que fazer do que agora ir ver quem é que passou uma declaração, não sei para que jornalista? Não há corrupção para combater, não há crimes violentos para combater? Queremos pôr a PJ a parar o que está a fazer e dizer vamos lá ver como é que a declaração de interesses foi parar a um jornal?”, questionou.

O líder do CHEGA afirmou que a declaração “iria ser pública daqui a 10 ou 12 dias”. “A questão é que o primeiro-ministro queria esconder, não lhe saiu bem, não conseguiu esconder e agora está triste com isto”, acrescentou.

André Ventura lembrou ainda quando chamou o primeiro-ministro ao parlamento para abordar o caso e ele “disse que isto era uma pequena empresa familiar, de gestão de pequenos negócios de herança”.

“Gozou, dizendo que estava a falar de terrenos em Rabal e noutros em Bragança. Agora já não há nenhum motivo para brincar. Estamos a falar de muitos milhões de euros, estamos a falar de empresas ligadas em negócios com o Estado”, apontou.

Confrontado com as sondagens que mantêm a Aliança Democrática liderada por Luís Montenegro na frente, André Ventura reforçou que se verifica “o crescimento do CHEGA, que não era expectável há uns meses”, além de uma “solidificação da AD à frente do Partido Socialista, o que também não é difícil, dado o desastre de trabalho que o Partido Socialista tem feito”.

Esta quarta-feira, o jornal Expresso noticiou que Luís Montenegro submeteu junto da Entidade para a Transparência uma nova declaração, na qual acrescentou sete novas empresas para as quais trabalhou na Spinumviva, empresa fundada pelo próprio e que passou recentemente para os seus filhos.

Na sequência da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro, de forma a descobrir quem partilhou a informação com a imprensa.

Últimas de Política Nacional

André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.
O Governo carrega no ISP e trava a fundo na queda que estava prevista no preço dos combustíveis. A promessa estala, a confiança vacila e Montenegro enfrenta a primeira fissura séria na sua credibilidade fiscal.
Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.
Luís Marques Mendes está no centro de uma nova polémica depois de, no debate presidencial, ter afirmado que o CHEGA “passa a vida a ter propostas inconstitucionais, como a pena de morte”, uma falsidade evidente.
A estrutura concelhia do CHEGA em Vila Nova de Famalicão refere que o vereador do partido vai levar à reunião de Câmara uma proposta para tornar gratuito o estacionamento público no centro da cidade entre 13 de dezembro e 6 de janeiro.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) pediu hoje a demissão da ministra da Administração Interna, considerando que Maria Lúcia Amaral é "incapaz de assegurar a estabilidade" das polícias, e alertou para "protestos massivos" como os de 2024.
Uma petição que exige o fim da atribuição de dinheiros públicos para a construção de mesquitas tornou-se viral e já reúne milhares de assinaturas, dias depois da proposta do CHEGA com o mesmo objetivo ter sido chumbada no Parlamento.
A sociedade de advogados Sérvulo & Associados, onde o ex-ministro social-democrata Rui Medeiros é uma das figuras mais proeminentes, está a atravessar um período de forte crescimento no volume de contratos públicos, especialmente desde a chegada de Luís Montenegro ao Governo.
José Sócrates, antigo primeiro-ministro socialista e arguido na Operação Marquês, enviou às redações os bilhetes de duas viagens que realizou recentemente aos Emirados Árabes Unidos, numa tentativa de demonstrar ao tribunal que não ultrapassou o limite de cinco dias consecutivos de permanência no estrangeiro, condição que o obrigaria a comunicar previamente qualquer deslocação ao Ministério Público.