TC declara inconstitucionais mais normas do imposto sobre a banca

O Tribunal Constitucional (TC) declarou, em plenário, inconstitucionais normas do imposto adicional sobre a banca por considerar que violam o princípio da igualdade tributária.

© Folha Nacional

No início do mês, já tinha sido noticiado que foi declarada inconstitucional a norma deste imposto relativa ao cálculo do imposto no primeiro semestre de 2020, por implicar retroatividade.

O acórdão agora consultado pela Lusa significa mais uma vitória para o setor bancário (que desde início contestou este imposto considerando-o discriminatório) e a decisão do TC é mais lata, já que é sobre várias normas e que servem de base ao regime criado em meados de 2020.

“Em face do exposto, decide-se declarar a inconstitucionalidade, com força obrigatória geral, das normas contidas nos artigos 1.º, n.º 2, 2.º e 3.º, alínea a), do Regime que cria o Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário, contido no Anexo VI da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho, por violação do princípio da proibição do arbítrio, enquanto exigência de igualdade tributária”, lê-se no acórdão consultado pela Lusa e disponível no ‘site’ do Tribunal Constitucional.

Esta decisão (datada de 03 de junho) teve vários votos contra (sendo incluída a fundamentação de cada juiz vencido) e tem que ver com a violação dos princípios da igualdade tributária e da capacidade tributária.

O acórdão considera inconstitucionais normas que justificam este imposto como forma de compensar pela isenção de IVA nas operações de crédito, que definem as entidades sobre as quais incide este imposto e que definem a base de incidência do mesmo.

No ano passado, houve três decisões de inconstitucionalidade do Tribunal Constitucional sobre normas do adicional sobre o setor bancário mas relativas a processos judiciais concretos, pelo que não tinham força obrigatória legal.

Contudo, com três decisões de inconstitucionalidade sobre a mesma norma, o Ministério Público junto do Tribunal Constitucional (TC) passou a poder requerer a inconstitucionalidade da norma e tal vem acontecendo.

O imposto adicional sobre o setor bancário foi criado em 2020, aquando da crise da covid-19, para financiar a Segurança Social.

Apesar de muito contestado pela banca, que o considera um tratamento discriminatório para o setor financeiro, este imposto tem-se mantido e no Orçamento do Estado está previsto que este ano renda 40,8 milhões de euros para os cofres públicos.

Esta quinta-feira, questionado pelos jornalistas no Luxemburgo, o ministro das Finanças Governo disse estar a analisar a decisão do TC sobre o tema para aferir o impacto na devolução do que tenha sido pago pelos bancos.

“O Governo, como qualquer Governo, cumpre e cumprirá aquilo que são as ordens, as decisões dos tribunais, neste caso concreto, o Tribunal Constitucional sobre o chamado adicional de solidariedade da banca. Nós ainda estamos a analisar o acórdão, as suas implicações, qual é o impacto que terá na devolução de imposto que tenha sido pago pelos bancos”, disse Joaquim Miranda Sarmento.

À margem da reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo, o responsável apontou que “uma parte deste imposto foi efetivamente pago”, mas admitiu que “outra parte, tendo havido recursos e contencioso, esteja apenas na forma de garantia”.

“Temos que fazer toda essa análise, mas não deixaremos de cumprir a decisão do Tribunal Constitucional”, garantiu.

Últimas do País

A situação de alerta devido ao risco agravado de incêndio foi prolongada até domingo, anunciou hoje a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, após uma visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Um incêndio em povoamento florestal na serra da Lousã, distrito de Coimbra, acima da localidade de, está a ser combatido por mais de 240 bombeiros, disseram fontes autárquica e da Proteção Civil.
A CP - Comboios de Portugal disse à Lusa que o primeiro dos 22 novos comboios regionais encomendados à Stadler chegará ao país ainda este ano, e que a conclusão dos ensaios de homologação das primeiras automotoras ocorrerá em 2026.
Cerca de 213 bombeiros ficaram feridos este ano em serviço, 112 dos quais nos incêndios rurais das últimas três semanas, segundo um balanço feito hoje pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
Os incêndios florestais consumiriam até hoje cerca de 75.000 hectares, mais de metade ardeu nas últimas três semanas, segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) apelou hoje à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) que seja mais célere a ressarcir as associações humanitárias pelas despesas com combustível e alimentação no combate aos incêndios florestais.
Dois homens de 26 e 22 anos e uma mulher de 24 foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por indícios da prática de um crime de incêndio florestal, ocorrido numa área protegida de Almada na madrugada de terça-feira.
Perto de 1.900 operacionais estavam hoje, pelas 12:05, empenhados no combate aos cinco mais preocupantes incêndios em destaque na página da Proteção Civil na Internet, e que lavram em Arganil, Viseu, Vila Real, Tabuaço e Trancoso.
O trânsito encontra-se cortado hoje de manhã na Estrada Nacional (EN) 323, nos dois sentidos, entre as localidades de Távora e Granjinha, no distrito de Viseu, devido à ocorrência de fogos rurais na região, segundo a Guarda Nacional Republicana.
Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) estão com falhas desde a tarde de segunda-feira devido a problemas informáticos na central 112 Lisboa, o que tem levado a atrasos no envio de ambulâncias, segundo o sindicato do setor.