Receita do Estado com impostos cresceu 22% até junho

O ritmo de crescimento da receita do Estado com impostos acelerou em junho, elevando a cobrança do primeiro semestre para 28.538,1 milhões de euros, mais 22% do que no período homólogo, segundo dados desta quarta-feira da Entidade Orçamental.

© D.R

A síntese de execução orçamental publicada pela Entidade Orçamental (EO), antiga Direção Geral do Orçamento (DGO), mostra uma aceleração na entrada de receita tributária, explicada sobretudo pelo facto de as empresas terem entregado o IRC mais cedo do que em 2024.

Até maio, a receita acumulada estava a crescer 13,1% e, com a cobrança obtida em junho, a cobrança acumulada ficou 22% acima do valor do ano passado.

A arrecadação de 28.538,1 milhões de euros na primeira metade do ano compara com 23.388,4 milhões obtidos no mesmo período de 2024.

A Entidade Orçamental ressalva que a receita fiscal cresce 7,5% se se excluírem três efeitos: um prolongamento do pagamento do IVA, o pagamento de impostos diferidos de IRC em fevereiro de 2024 e o desfasamento dos prazos para o pagamento do IRC.

“Nos impostos diretos, registou-se um crescimento homólogo de 3.439,9 milhões de euros (+42%), explicado em grande medida pela evolução positiva da receita líquida do IRC, de 2.653,1 milhões de euros (+221,9%) face ao período homólogo”, refere a EO.

Segundo a entidade responsável pelo acompanhamento da evolução das contas públicas, “esta variação no IRC reflete sobretudo o efeito do desfasamento dos prazos para o pagamento da autoliquidação entre 2024 e 2025 — em 2024, este prazo foi prorrogado para 15 de julho e, em 2025, para 30 de junho –, pelo que a receita líquida de IRC de junho de 2025 não é comparável com a de junho de 2024”.

A receita do IRS aumentou em 800,9 milhões de euros, um crescimento de 11,9% que a EO diz ter contribuído para “a redução dos reembolsos no valor de 387,6 milhões de euros (-15,6%) face ao período homólogo”.

Do lado dos impostos indiretos, onde está contabilizado o IVA, o tributo que mais receita gera para as contas públicas, o crescimento acumulado da receita foi de 11,2%, em 1.709,9 milhões de euros.

A subida explica-se “principalmente pelo desempenho positivo da receita líquida do IVA”, que aumentou em 1.284,4 milhões de euros, um crescimento de 11,6% que coloca a cobrança deste imposto em 12.361,6 milhões de euros.

No entanto, “se não considerarmos o efeito prorrogação do pagamento de IVA (307,3 milhões de euros em junho de 2024, face a 344,4 milhões de euros em junho de 2025), a receita deste imposto aumenta em 1.321,6 milhões de euros (+11,6%) em termos homólogos”, refere a EO.

A receita líquida do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) cresceu 216,5 milhões de euros até junho, para 1.863 milhões de euros, mais 13,1% do que no período homólogo.

O Imposto sobre o Tabaco garantiu aos cofres públicos, aumentando 126,6 milhões de euros em termos homólogos, um crescimento de 20,3%.

Considerando toda a receita arrecada pelas administrações públicas — que engloba, além da receita fiscal, as contribuições para sistemas de proteção social e a receita não fiscal e não contributiva, como as taxas e multas –, a receita efetiva totaliza 58.285,8 milhões de euros, crescendo 13,9% de janeiro a junho em termos homólogos.

Últimas de Economia

O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.
A EDP prevê investir cerca de 2,5 mil milhões de euros em Portugal no período 2026-2028, dos quais 1.700 milhões em redes de eletricidade, anunciou hoje o presidente executivo do grupo, Miguel Stilwell d’Andrade.
O Banco da Inglaterra decidiu hoje manter as taxas diretoras em 4%, o nível mais baixo em mais de dois anos, ao avaliar que as pressões inflacionistas persistem na economia britânica.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que a perceção de risco da República francesa pode vir a contagiar uma economia como a portuguesa, pelo que não se deve estar "relaxado" face à situação orçamental.