Israel vencerá “com ou sem apoios” guerra em Gaza

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahyu, afirmou hoje que Israel vencerá “com ou sem apoios” de outros países a guerra na Faixa de Gaza e anunciou o reforço dos pontos de distribuição de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

© Facebook Israel Reports

Em conferência de imprensa em Jerusalém, o líder israelita confirmou o plano de ocupação da Cidade de Gaza, amplamente criticado internacionalmente, e anunciou a expansão das operações militares aos campos de refugiados na costa central do enclave palestiniano.

“Estamos a falar em termos de um prazo bastante curto porque queremos acabar com a guerra. (…) Venceremos a guerra, com ou sem o apoio de outros”, declarou Netanyahu, no dia em que o Conselho de Segurança da ONU realiza um debate de urgência sobre o plano de ocupação da principal cidade do território palestiniano e a deslocação forçada de centenas de milhares dos seus habitantes.

Numa fase em que as autoridades locais da Faixa de Gaza, controladas pelo grupo islamita palestiniano Hamas, registam mais de 200 mortos por fome e subnutrição, metade dos quais crianças, Benjamin Netanyahu anunciou hoje o reforço da ajuda humanitária à população, que as Nações Unidas clamam como urgente perante “uma catástrofe inimaginável”.

Além de mais lançamentos aéreos, o primeiro-ministro israelita apontou a criação de “corredores protegidos” e o “aumento do número de locais de distribuição de ajuda da FHG”, referindo-se à Fundação Humanitária de Gaza, uma obscura organização criada com apoio de Washington e Telavive, cujos centros de fornecimento de alimentos têm sido palco de violência e relatos de numerosos civis atingidos a tiro.

Do mesmo modo, Netanyahu, disse que ordenou ao Exército que permita o acesso de mais jornalistas internacionais sob o seu controlo à Faixa de Gaza, que tem estado sob um bloqueio quase total nos últimos meses.

Na sua primeira conferência de imprensa desde a aprovação, pelo Gabinete de Segurança israelita na madrugada de sexta-feira, das novas etapas para o conflito, que preveem a destruição do Hamas e a recuperação dos reféns que conserva na sua posse, Netayahu reiterou que “não visa ocupar Gaza, mas desmilitarizar” o território.

“Primeiro, desarmar o Hamas. Segundo, libertar todos os reféns. Terceiro, desmilitarizar Gaza. Quarto, Israel exercer o controlo de segurança. E quinto, uma administração civil pacífica e não israelita”, enumerou o chefe do Governo.

Segundo o líder de Israel, este plano será executado “permitindo que a população civil saia em segurança das zonas de combate para áreas seguras designadas”, onde poderão receber “alimentos, água e assistência médica em abundância”.

Defendendo que a sua estratégia é “a melhor forma de acabar com a guerra”, Netanyahu insistiu que “não há outra opção para concluir o trabalho” e atacar os últimos dois bastiões do Hamas na Cidade de Gaza e nos campos de refugiados no centro do território, do qual reivindica 75% do seu controlo.

Além das objeções tornadas públicas do comandante das forças armadas israelitas, Eyal Zamir, o plano do executivo tem merecido uma vaga de críticas da oposição, dos familiares dos reféns e dos próprios membros de direita radical da coligação governamental – que o consideram “uma cedência aos fracos” -, da ONU e da maioria dos países da região e do mundo ocidental, incluindo tradicionais aliados de Telavive.

A propósito, o primeiro-ministro israelita referiu-se ao chanceler alemão, comentando que “tem sido um bom amigo de Israel, mas cedeu à pressão” ao suspender parcialmente as exportações de equipamento militar para Telavive.

Netanyahu acusou “reportagens falsas na televisão” e vários grupos que não especificou a propósito da ofensiva israelita na Faixa de Gaza e contou que “muitos líderes”, que mais uma vez não identificou, sobretudo europeus, lhe dizem que tem razão”, “mas que não conseguem suportar a opinião pública” nos seus países.

“Dizem-me isso repetidamente, e eu digo-lhes: ‘Isto é um problema vosso. Não é um problema nosso. Não é um problema nosso'”, insistiu.

No mesmo sentido, o primeiro-ministro israelita voltou a alertar os países que anunciaram o reconhecimento do Estado da palestina, como a França ou o Reino Unido, se Israel não alcançar um cessar-fogo com o Hamas.

“E um convite a uma guerra futura e a uma guerra certa”, argumentou Netanyahu, acrescentando que essa é uma possibilidade que merece forte oposição da população israelita.

O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 61 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

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