Durante uma conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o Presidente do CHEGA indicou que o partido vai ainda hoje, “através da Comissão de Educação, questionar o ministro precisamente em relação a esses factos, e à possível tentativa de condicionamento de um órgão para facilitar entrada, seja em que curso for”.
André Ventura defendeu que a responsabilização política “não invalida” a existência de uma “investigação criminal, que é incontornável neste caso”.
“Eu penso que, face à gravidade dos factos que hoje foram revelados, o Ministério Público tem que abrir uma avaliação preventiva, pelo menos, para verificar se há indícios de crime nesta matéria, quer de favorecimento, quer crimes de pressão indevida, ou de tentativa de coação sobre um órgão público”, considerou.
O Presidente do CHEGA pediu uma “investigação imediata do Ministério Público a este comportamento alegado do ministro”.
Questionado se o ministro Fernando Alexandre se deve demitir, André Ventura disse que é preciso aguardar por respostas e pela evolução do caso.
O ministro da Educação, Ciência e Inovação recusou hoje ter pressionado o reitor da Universidade do Porto a admitir candidatos ao curso de Medicina de forma irregular, nem de ter sugerido qualquer solução que violasse enquadramento legal em vigor.
“O Ministro da Educação, Ciência e Inovação nunca pressionou, de forma alguma, o Reitor a admitir aqueles candidatos de forma irregular, nem sugeriu qualquer solução que violasse o enquadramento legal em vigor. É, por isso, falsa a acusação do Reitor da Universidade do Porto”, segundo um comunicado divulgado hoje pelo Ministério.
O jornal Expresso noticia hoje que o reitor da Universidade do Porto afirmou ter recebido pressões de várias pessoas “influentes”, sem querer adiantar nomes, para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso para licenciados noutras áreas.
O assunto, escreve o Expresso, chegou ao ministro da Educação, que ligou ao reitor a manifestar disponibilidade para que se criassem vagas extraordinárias de modo a que estes alunos (que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no concurso especial de acesso para licenciados noutras áreas) tivessem lugar na Faculdade de Medicina.
“O ministro gostaria que isso fosse feito, mas eu disse-lhe: ‘Eu não o faço. Eu cumpro a lei. Se o senhor ministro entende que deve ser de outra maneira, dê-me a ordem e eu executo-a'”, disse o reitor ao Expresso.
Entretanto, o PS e a IL já pediram a audição do ministro da Educação no parlamento.