Quem é o Ruben Miguéis e o que o fez entrar na política?
Não nasci em Évora, no entanto fui criado sobre as raízes alentejanas desde os 3 anos de idade. Sou formado em zootecnia, exerço funções na clínica veterinária do meu pai em Évora, o que me fez apaixonar pelo setor Agrícola e sou também empresário no ramo imobiliário desde os meus 24 anos. Entrei na política porque Évora é a minha cidade de coração e por sentir que posso contribuir positivamente para o desenvolvimento da cidade e bem-estar das pessoas que cá habitam.
Uma vez que está ligado ao setor agrícola, acredita que este setor é importante para o desenvolvimento do Alentejo e da cidade de Évora?
O Alentejo é um dos berços da agricultura portuguesa. Acho que é fundamental priorizar os setores primários para um futuro desenvolvimento económico sustentável para o interior que muitas vezes é esquecido. Cada vez mais vemos a necessidade de importar bens que podem ser produzidos por nós. Temos de voltar a ser o berço agrícola de Portugal.
Que prós e contras encontra no facto de Évora ser a Capital Europeia da Cultura 2027?
A vitória de Évora como Capital Europeia da Cultura 2027 foi inicialmente motivo de orgulho.
A equipa que inicialmente preparou o projeto foi afastada, sem explicação convincente, dando lugar a uma estrutura dominada por interesses culturais instalados, com pouca ou nenhuma ligação à cultura popular.
As tradições mais autênticas do Alentejo — o cante, a tauromaquia, as romarias, os ranchos, as festas de aldeia— correm o risco de ser substituídas por expressões artísticas descoladas da realidade que, a meu ver, em nada representam o nosso Alentejo. Devemos manter-nos fiéis às nossas origens porque são a verdadeira expressão da nossa cultura.
Sei que Évora 2027 trará benefícios económicos para a cidade, no entanto há alguns pontos a ter em conta. Para além do que já referi temos de reforçar a segurança, acessibilidades, garantir a integração da população neste projeto cultural e assegurar que a valorização imobiliária, que já nos assola, não ganhará ainda mais proporção.
Falando então em habitação. O que tem o Ruben a propor aos eborenses nesta matéria?
O mais importante na minha ótica é a simplificação dos processos burocráticos da câmara de Évora. Não podemos ter processos parados na Câmara à espera de aprovação durante anos a fio. Isto é inconcebível e impraticável para quem queira viver, construir ou investir em Évora. Évora como Património Mundial da Unesco desde 1986 deve ser exemplar e o funcionamento dos órgãos responsáveis também. Como diz o lema da minha candidatura, “por Évora, pelo nosso Alentejo”, pois Évora deve ser a cidade de boas-vindas ao nosso Alentejo.
Sabemos que utiliza principalmente as redes sociais para denunciar o que acha que está errado na cidade. Acha que isto o aproxima das pessoas?
As redes sociais facilitam a comunicação e a exposição de qualquer assunto. Atualmente, qualquer pessoa possui um telemóvel com o qual, para o bem e para o mal, pode aceder a conteúdos de forma muito rápida. Digo para o bem e para o mal porque sinto isso em relação ao que vou publicando. No entanto, o que retiro principalmente é a parte positiva: o contacto das pessoas, a abertura para exporem também elas os seus problemas e preocupações, aos quais eu tento sempre responder, mesmo na impossibilidade de agir em todas as situações. É importante esta ligação às pessoas de Évora. Os políticos não se devem distanciar de quem os elege, pelo contrário, são as pessoas o foco de todo o trabalho que deve ser apresentado.
E já que fala nas pessoas… Que mensagem tem para os seus eleitores?
Não quero deixar apenas uma mensagem para os meus eleitores, mas para todos os que se preocupam e que querem uma mudança positiva para Évora. Pensem bem nos últimos mandatos da Câmara de Évora, decidam se Évora precisa de filosofias ou de proatividade. Se acreditarem em mim, como eu tenho acreditado em todos os meus projetos, então eu sei que farei o melhor para elevar Évora. Termino com a frase que será sempre minha “por Évora e pelo nosso Alentejo”.