Qual considera ser o maior desafio de Vila Real atualmente?
O maior desafio é travar a perda populacional e recolocar o concelho numa trajetória de crescimento. Queremos passar dos atuais 50 mil habitantes para 75 mil em 2050, um crescimento médio anual de 1,6%. Para isso, lançamos programas estratégicos como o Regressa a Vila Real (para trazer de volta quem saiu), o VilaReal.tech (atração de trabalhadores remotos), e medidas nas áreas do desenvolvimento económico, mobilidade, turismo e qualidade de vida. O objetivo é criar emprego, atrair investimento e fixar população.
A habitação é um problema em todo o país. Que soluções tem para Vila Real?
Vila Real precisa de um programa municipal de construção para arrendamento a custos controlados destinado a jovens casais e famílias de classe média. Propomos um modelo inovador: permitir mais 30% de volumetria em novos empreendimentos, desde que essa área extra seja arrendada a custos controlados durante 15 a 25 anos. Depois, os proprietários poderão colocar esses imóveis no mercado. É uma solução de custo zero para a Câmara, vantajosa para cidadãos e construtores. Em paralelo, lançaremos bairros de casas modulares em terrenos municipais, com qualidade, dignidade e preços justos, num modelo de neutralidade financeira para o município.
Como pensa recuperar o dinamismo que o centro histórico tem vindo a perder?
A Rua Direita é um ícone em decadência. Defendemos uma cobertura parcial em vidro e policarbonato, que dará sombra no verão, proteção no inverno e iluminação moderna, tornando-a um espaço atrativo para comércio e cultura. Complementamos com estacionamento gratuito até 2 horas, programas de fidelização, apoio a rendas de lojas-piloto e música de rua. O centro histórico voltará a ser o coração da cidade.
O que também é um problema é a mobilidade e o trânsito. Como responde às queixas de quem circula todos os dias na cidade?
Vila Real precisa de soluções estruturais: túneis e rotundas para eliminar estrangulamentos, encurtamento de rotas para poupar tempo e semáforos inteligentes capazes de gerir o tráfego em tempo real. Tudo integrado numa reorganização séria da circulação e do estacionamento, sem improvisos. O objetivo é uma cidade acessível, segura e moderna.
Que grande projeto estruturante tem para apresentar aos vila-realenses?
Queremos que Vila Real seja referência no Norte. Projetos como a praia artificial em Vila Seca, com areia e água doce, e as Águas Musicais do Douro, espetáculo de luz e som único; ou o Museu Internacional do Automobilismo, ligado ao circuito urbano. Estes projetos, centrados no turismo, são alavancas de emprego, investimento e notoriedade.
E o pavilhão multiusos?
Será construído junto ao circuito automóvel, servindo de apoio direto às corridas e com paddock exterior. Durante o ano acolherá concertos, congressos, feiras e eventos estudantis. Terá vida permanente e será motor económico, desportivo e cultural.
Como promover o desenvolvimento económico e a coesão territorial?
Com uma nova zona industrial de, pelo menos, 100 hectares para atrair indústria sustentável e gerar emprego estável. Criaremos também uma plataforma logística regional que ligará Vila Real aos principais corredores de transporte. Em paralelo, o projeto VilaReal.tech Aldeias Digitais levará coworks modernos e internet ultrarrápida às freguesias, atraindo teletrabalhadores. Associamos a isto a Loja do Cidadão Móvel, que levará serviços públicos e bancários a todo o concelho. Esta combinação reforça a coesão e dá vida às zonas rurais.
E quanto às freguesias rurais?
Não podem ser periferia esquecida. Defendemos igualdade de serviços, transportes regulares, internet rápida e apoio às atividades económicas e sociais em todas as 20 freguesias. Um concelho equilibrado trata todos com a mesma dignidade.
Que papel atribui à juventude, cultura e desporto?
A juventude precisa de oportunidades para viver em Vila Real. Apostaremos em habitação acessível e empreendedorismo jovem. Na cultura, programação descentralizada, música de rua e valorização do património. No desporto, equipamentos de proximidade e grandes eventos ligados ao circuito automóvel e à UTAD, projetando Vila Real a nível nacional e internacional.
Que visão tem para o dossier ambiente e sustentabilidade?
Defendemos o aproveitamento dos 2 600 hectares de mato para biomassa, gerando energia equivalente a 3 milhões de euros por ano, reduzindo dependência externa e risco de incêndios. Propomos também a instalação de uma central de biomassa e de uma fábrica de pellets, criando emprego qualificado e apostamos ainda em arborização urbana moderna e gestão inteligente da água. A sustentabilidade é uma obrigação.
Uma das principais bandeiras do CHEGA é a luta contra a corrupção e o compadrio. Será também lema da sua candidatura?
Claro e é exatamente para combater estas situações que apostaremos na transparência com, por exemplo, a transmissão de todas as reuniões da Câmara e da Assembleia Municipal. Todos os contratos e ajustes diretos estarão publicados online. Cada euro desviado pela corrupção significa centenas perdidos na economia. Sem transparência, não há democracia.
Muitos dizem que as propostas são ambiciosas. Como responde?
São exequíveis e estudadas. Este programa é pensado para três mandatos (12 anos), não para milagres em quatro. Ambição não é problema — problema é a falta dela.
Onde vai buscar o financiamento necessário para colocar as suas medidas em prática?
A fundos comunitários, à realocação de verbas hoje previstas para projetos inúteis (como a ponte pedonal nas escarpas do Corgo) e ao investimento privado. O importante não é ser propriedade da Câmara, mas estar ao serviço das pessoas e das empresas.
Que mensagem tem para deixar aos vila-realenses?
Não aceitem o conformismo. Vila Real pode ser mais: dinâmica, justa e moderna. Podemos fixar jovens, trazer emigrantes de volta, revitalizar o comércio e criar emprego. O CHEGA apresenta soluções claras, inovadoras e exequíveis. A mensagem é simples: “Por Vila Real, Sempre!”