“Precisamos de paz, precisamos de paz na Rússia, na Ucrânia, precisamos de paz no Médio Oriente, e essa paz tem que ser trabalhada, custe o que custar e tem que ser trabalhada dizendo aos terroristas que nunca vamos aceitar a sua chantagem e a sua pressão, e obviamente que acho que isso deve ser uma exigência de todos”, afirmou.
“Com terroristas não se tem palavras, nós com terroristas derrotamo-los, vergamo-los e acabamos com eles. É assim que se trata terroristas, não se trata terroristas com cravos, com poemas, com conversa. Quando lidamos com terroristas temos que acabar com eles, temos que ir atrás deles onde eles estiverem e acabar com eles”, sustentou.
André Ventura considerou também que “não deve haver nenhum acordo até que os reféns sejam entregues”.
“Nós temos ainda mulheres raptadas às mãos do Hamas, mulheres que foram violadas, crianças que foram violadas, quer dizer, se o Ocidente aceita isto de forma tranquila estamos a prestar um muito mau serviço ao futuro e à democracia”, salientou.
O líder do CHEGA falava aos jornalistas no final de uma visita à feira de Gondomar, no distrito do Porto, no âmbito da campanha para as eleições autárquicas de domingo.
Israel e Hamas anunciaram na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
Questionado se o presidente republicano pode ser um candidato ao Nobel da Paz, André Ventura disse não ser “quem merece” este prémio, mas assinalou que “durante a administração dos democratas não houve nenhum acordo de paz em Israel”, mas sim “uma guerra que não tinha fim à vista”.
“Independentemente de serem de esquerda, de direita, eu acho que isso para os portugueses diz muito pouco. Há agora um plano de paz, aparentemente foi aceito até pelo movimento terrorista, que está já a negociar os reféns, e eu acho que devemos dar uma oportunidade a esse plano, é isso que interessa às pessoas verdadeiramente”, referiu.
Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.
O cessar-fogo visa por fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.