Sindicato acusa SATA Holding de impedir acesso a “informação fundamental”

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou hoje a SATA Holding de estar a "impedir o acesso" a "informação fundamental" para o futuro da Azores Airlines, em vez de "criar condições de negociação real".

Facebook/SATAAzoresAirlinesOfficial

Em comunicado enviado à agência Lusa, o SPAC denuncia que a SATA Holding “continua a impedir o acesso à informação fundamental para o futuro da Azores Airlines, escudando-se em cláusulas de confidencialidade que, na prática, transformam a privatização num processo opaco e hostil à participação dos trabalhadores”.

“Em vez de aproveitar esta fase para criar condições de negociação real, a SATA Holding tem continuado a bloquear, através da sua administração e de estruturas intermédias que privilegiam o controlo de narrativas em detrimento das soluções, o contacto entre o potencial comprador e os trabalhadores”, referiu.

Segundo o sindicato, a extensão do prazo para apresentação da proposta vinculativa pelo consórcio Newtour/MS Aviation até 10 de novembro “é aceite como ‘janela de oportunidade para o diálogo e para a transparência’, mas não pode servir de maquilhagem para manter o ‘statu quo'”.

O vice-presidente do SPAC, Frederico Saraiva de Almeida, considera “inaceitável que uma empresa pública refira a ‘confidencialidade’ como justificação para recusar aos representantes dos trabalhadores – igualmente obrigados ao sigilo! -, o acesso ao projeto estratégico de quem se propõe garantir o futuro da companhia” aérea açoriana.

O dirigente sindical sublinha que a “atitude não só mina a credibilidade do processo, como alimenta um ambiente de desconfiança que prejudica a companhia, os seus trabalhadores e a Região Autónoma dos Açores”.

O SPAC apela ao Governo Regional dos Açores, na sua qualidade de acionista da SATA Holding, para que “assuma um papel firme e ativo” na supervisão do processo, considerando que a privatização da Azores Airlines “deve servir o interesse público da região” e conduzida com “total transparência”.

“O executivo regional deve exigir à administração da SATA que ponha fim à cultura do bloqueio e que transforme a transparência numa obrigação, não numa ameaça”, concluiu.

O sindicato reafirma que os pilotos “acreditam que a privatização é inevitável” e estão disponíveis para “contribuir de forma responsável e construtiva” para o processo, desde que “exista acesso claro aos dados e informação que permitam um verdadeiro diálogo”.

O Governo dos Açores revelou na quarta-feira que o presidente do júri do concurso da privatização da companhia Azores Airlines adiou para 10 de novembro o prazo para o consórcio Newtour MS/Aviation apresentar uma “proposta firme”.

O júri do concurso, presidido pelo economista Augusto Mateus, tinha exigido ao consórcio Newtour MS/Aviation a apresentação de uma proposta para a compra da Azores Airlines até 24 de outubro, prazo que foi hoje estendido até 10 de novembro.

Segundo estipulado no caderno de encargos, o consórcio vai ter de apresentar uma “proposta melhorada”, sendo que, além da apresentação da proposta até 10 de novembro, o júri estabeleceu a data limite de 24 de novembro para a submissão de documentação burocrática.

A privatização da Azores Airlines (empresa do grupo SATA que opera do arquipélago para o exterior) está a ser negociada com o consórcio Newtour/MS Aviation.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

Últimas do País

As burlas foram responsáveis no ano passado por um prejuízo patrimonial superior a 65 milhões de euros, menos 41% face a 2023, uma diminuição que acompanha o decréscimo das denúncias deste tipo de crime em 2024, revela a PSP.
Recusou abandonar o hospital após alta clínica, intimidou profissionais de saúde e chegou a exigir casa e cirurgia inexistente. O caso arrastou-se durante meio ano no Hospital Amadora-Sintra e só terminou com intervenção policial.
A PSP deteve nos últimos dias no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, três cidadãos estrangeiros procurados internacionalmente por crimes sexuais, fraudes e burlas transnacionais, e captação indevida de depósitos, anunciou esta sexta-feira a força de segurança.
Portugal registou um aumento de infeções respiratórias graves, sobretudo nos maiores de 65 anos, e excesso de mortalidade na região Norte em pessoas de 75 a 84 anos, revelam dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
Agentes da PSP foram alvo de apedrejamento no Bairro da Cova da Moura, depois de tentarem intercetar uma viatura em fuga. Os suspeitos escaparam, mas deixaram para trás indícios de crime.
Dezenas de repartições de Finanças estão encerradas durante a manhã de hoje, até às 13h, e outras enfrentam constrangimentos no atendimento, enquanto decorre uma reunião ‘online’ de trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) para discutir reivindicações salariais e laborais.
Uma mulher de 60 anos foi constituída arguida pela GNR por utilização indevida de cartão bancário na aquisição de vários bens, num valor superior a 3 mil euros, no concelho do Sabugal.
O segundo dia de greve dos trabalhadores da função pública estava às 09:00 de hoje a ter uma adesão elevada, com 75% na educação e 90% nas cantinas das universidades e politécnicos, disse à Lusa fonte sindical.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentaram hoje de manhã tempos de espera que rondava as 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
O desaparecimento de uma bebé no Hospital de Gaia não mostrou apenas uma falha de segurança: revelou um mercado milionário sem escrutínio, contratos feitos à porta fechada e sistemas supostamente infalíveis que afinal podem ser contornados.