Hotel devoluto no Porto transformado em abrigo ilegal para dezenas de imigrantes

Um antigo hotel devoluto no Bonfim, no Porto, está ocupado de forma ilegal por mais de 60 imigrantes, vivendo em condições insalubres e sobrelotadas. Vizinhos denunciam vandalismo e insegurança, enquanto a PSP alerta para o aumento de alojamentos ilegais na cidade.

© D.R.

Um antigo hotel situado no bairro do Bonfim, no Porto, foi ocupado de forma ilegal por dezenas de imigrantes, revelou uma investigação da revista SÁBADO. O edifício, que durante cerca de 60 anos funcionou como unidade hoteleira sob o nome de Hotel Nave, encontra-se atualmente devoluto e profundamente degradado, servindo agora de abrigo a pessoas em situação vulnerável.

De acordo com a reportagem, o interior do prédio apresenta condições de insalubridade extrema: não há abastecimento de água, eletricidade ou gás; o lixo acumula-se em várias zonas; o cheiro a urina é intenso; e muitos dos quartos encontram-se vandalizados. Garrafões com resíduos, paredes destruídas e divisões improvisadas para habitação compõem o cenário de abandono descrito pelos jornalistas. Os ocupantes vivem em quartos sobrelotados, sem contratos legais e sem condições mínimas de segurança ou higiene.

Os moradores da zona afirmam sentir um crescente clima de insegurança e responsabilizam a ausência de fiscalização por parte das autoridades e dos proprietários do imóvel. Vizinhos relatam episódios de ruído constante, vandalismo e entradas forçadas no edifício, exigindo uma intervenção urgente para travar a ocupação e devolver a normalidade à área.

Fontes da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmaram que este caso não é isolado. Só no primeiro semestre deste ano, foram identificados cerca de 30 alojamentos ilegais no Porto, maioritariamente ocupados por cidadãos estrangeiros. Essas estruturas apresentam, segundo a PSP, graves irregularidades, designadamente sobrelotação, falta de condições de higiene e inexistência de contratos de arrendamento.

No caso específico do antigo Hotel Nave, uma ação de fiscalização revelou que mais de 60 pessoas viviam no interior do edifício, que possui 81 quartos. Muitos desses espaços foram vandalizados ou adaptados de forma improvisada para fins habitacionais, sem qualquer autorização ou parâmetros mínimos de salubridade e segurança.

A ocupação ilegal do imóvel insere-se num contexto mais amplo de crise habitacional e vulnerabilidade social que afeta as grandes cidades portuguesas. Com o aumento dos fluxos migratórios e a escassez de alojamento acessível, têm-se multiplicado casos de edifícios devolutos transformados em habitações precárias. Há relatos de imigrantes a pagar entre 150 e 200 euros por cama em espaços improvisados, sem ventilação, higiene ou condições de segurança.

Últimas do País

A ULS Amadora-Sintra abriu um inquérito interno ao caso divulgado pela Polícia Judiciária de um alegado abuso sexual de uma utente no Hospital Fernando Fonseca, envolvendo dois internados, anunciou hoje a instituição.
As infeções respiratórias graves continuam a aumentar em Portugal, sobretudo em idosos e crianças, com aumento de casos de gripe nos cuidados intensivos na semana passada e excesso de mortalidade por todas as causas, revelou hoje o INSA.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve 19 pessoas que conduziam com excesso de álcool no sangue, durante o primeiro dia da operação Natal e Ano Novo 2025/2026, que arrancou na quinta-feira e e que já regista um morto.
O bacalhau deverá ficar mais caro já no próximo ano, face à redução de quotas no Mar de Barents e ao contexto internacional, segundo as estimativas da Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB).
A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve 84 pessoas no primeiro dia da operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança 2025-2026, entre elas 15 por condução em estado de embriaguez e 12 por conduzirem sem carta.
Quatro serviços de urgência hospitalares de Ginecologia e Obstetrícia vão estar encerrados no sábado, subindo para cinco no domingo, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde.
O CHEGA elegeu nas últimas eleições autárquicas 13 presidentes de junta. Se um dos temas da campanha foi a ‘imigração’, a ‘passagem de atestados de residência sem qualquer controlo’ foi o tema e uma das grandes bandeiras dos autarcas do CHEGA.
Felicidade Vital, deputada do CHEGA, acusa o Governo de promover um verdadeiro retrocesso nos direitos das mulheres através do novo pacote laboral. A deputada alerta que o diploma fragiliza vínculos, alarga horários e facilita despedimentos num mercado onde “as mulheres já concentram os salários mais baixos e os contratos mais instáveis”, classificando a reforma como um ataque direto à maternidade, à conciliação entre vida profissional e familiar e à autonomia feminina.
A Linha SNS 24 atendeu desde o início de dezembro cerca de 307 mil chamadas, um aumento de 17% face ao mesmo período do ano passado, e o tempo médio de espera foi de 10 minutos.
A estrutura de missão da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA), criada para regularizar processos em atraso, termina no final do ano com um saldo positivo de 62 milhões de euros.