A ULS São José, em Lisboa, estreou o primeiro robô cirúrgico do Serviço Nacional de Saúde em 8 de novembro de 2019 e, desde então, tem registado um aumento anual no número de intervenções realizadas com recurso a esta tecnologia.
“Desde a inauguração do seu robô cirúrgico, o primeiro do SNS (…), a Unidade Local de Saúde (ULS) São José já realizou 2.805 cirurgias robóticas, afirmando-se como referência nacional e internacional na utilização de robótica em cirurgia”, afirma a instituição numa nota enviada à agência Lusa.
Neste momento, a ULS São José dispõe já de dois robôs cirúrgicos, utilizados nas especialidades de urologia, cirurgia colorretal, bariátrica, hepatobiliar, pancreática, endócrina, esofagogástrica, torácica, ginecológica e pediátrica.
A análise dos dados anuais revela “um crescimento acentuado” no número de cirurgias realizadas com recurso à robótica.
Em 2020 foram efetuadas 158 cirurgias, número que aumentou para 257 em 2021, 392 em 2022, 471 em 2023 e 850 em 2024.
No presente ano, até 30 de setembro, contabilizam-se 618 cirurgias robóticas.
“Estes números colocam a ULS São José na vanguarda da robótica e refletem a nossa aposta na inovação. Somos o maior e o mais experiente centro de robótica do Serviço Nacional de Saúde”, afirma a presidente do Conselho de Administração da ULS são José, Rosa Valente de Matos.
A presidente da ULS destaca ainda “os benefícios desta técnica para a recuperação dos doentes e também para a retenção e motivação dos profissionais”.
Entre as principais vantagens da cirurgia robótica destacam-se uma maior qualidade do ato cirúrgico, associado a menor perda de sangue, menos dor, com recuperação mais rápida e melhor cosmética.
Por outro lado, com este método, o cirurgião realiza as operações sentado, posição ergonomicamente mais adequada, o que reduz significativamente o desconforto físico durante procedimentos prolongados.
“As inovações mais recentes na área da robótica incluem a utilização de uma única incisão – “porta única” – por onde passam os instrumentos, ‘feedback’ da força dos instrumentos na mão dos cirurgiões, ‘machine learning’ para análise da imagem cirúrgica, e realidade aumentada com sobreposição da imagem cirúrgica real com a obtida por imagiologia para uma cirurgia guiada”, refere a instituição.
A ULS São José refere que tem sido pioneira a nível nacional e internacional nesta área e exemplifica que em fevereiro de 2024 realizou, pela primeira vez na Europa, um transplante hepático com tecnologia robótica e, mais recentemente, o primeiro transplante de fígado do país utilizando dois robôs cirúrgicos em simultâneo, um para o recetor e outro para o dador de órgão.