Segundo cálculos do Correio da Manhã, as duas deslocações, a primeira entre 11 e 16 de novembro e a segunda entre 20 e 25 , representam um gasto superior a 10 mil euros, considerando os valores atuais dos voos em classe executiva, que variam entre 3.000 e 3.500 euros por trajeto.
A divulgação dos bilhetes surge depois de o Ministério Público ter admitido a possibilidade de rever as medidas de coação aplicadas ao ex-governante caso entendesse existir risco de fuga, posição que Sócrates rejeita de forma veemente.
Em declarações enviadas aos jornalistas, o ex-primeiro-ministro contestou a suspeita do MP, recordando episódios anteriores em que, segundo afirma, também foi acusado de risco de evasão.
“Primeiro foi o perigo de fuga no aeroporto, quando estava a entrar no País, não a sair. Sete anos mais tarde, novo perigo de fuga com o doutoramento no Brasil. Agora, 11 anos depois, o perigo de fuga regressa com as viagens a Abu Dhabi. O Ministério Público não tem medo do ridículo”, afirmou.
O motivo das viagens mantém-se desconhecido e não foi esclarecido por Sócrates, que insiste que cumpriu todas as obrigações impostas pelo tribunal e que nenhuma das deslocações ultrapassou o período permitido.