CHEGA entrega pedido para que Presidente da República responda sobre ‘secretas’

© Folha Nacional

O presidente do CHEGA anunciou que foi enviado  à comissão de inquérito à TAP um pedido para que o Presidente da República deponha, por escrito, a propósito da atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS).

“Mesmo sabendo o quão sensível isto pode ser, eu quero anunciar-vos que o CHEGA endereçou para a comissão parlamentar de inquérito à TAP um ofício a pedir que o senhor Presidente da República preste um depoimento escrito à comissão de inquérito a explicar o que é que o primeiro-ministro lhe disse, quem é que teve interferência no uso do SIS e como é que esta interferência aconteceu”, afirmou André Ventura, que discursava no Conselho Nacional do partido, que decorreu hoje, em Lamares, concelho e distrito de Vila Real.

Caberá à comissão de inquérito deliberar sobre este pedido do CHEGA, tal como sobre qualquer requerimento.

Antes, André Ventura lembrou que o “senhor Presidente da República disse que foi informado da atuação do SIS no dia 29 de abril” e que “António Costa recusou dizer com quem tinha falado e como tinha falado”.

“Mesmo sabendo que o uso do SIS é um assunto sensível, mesmo sabendo que o recurso às ‘secretas’ deve merecer da nossa parte a maior cautela, há sempre um dever acima desse, é o dever que nós temos de ser transparentes com o povo português”, salientou, recordando que isso “não impediu” o CHEGA de “submeter uma comissão de inquérito parlamentar à atuação do SIS”.

Isto porque, acrescentou, “em Portugal não pode haver vacas sagradas, não podem existir aqueles que se acham acima de qualquer escrutínio do poder público”.

“O nosso dever é garantir que o voto dos portugueses é um voto que vale mesmo”, frisou.

Já na sexta-feira, o CHEGA revelou que questionou o primeiro-ministro e o secretário de Estado Adjunto sobre a atuação do SIS na recuperação de um computador do Ministério das Infraestruturas, no dia 26 de abril, e que ponderava propor à comissão de inquérito pedir um depoimento ao Presidente da República.

Os acontecimentos do dia 26 de abril estão relacionados com Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro João Galamba, e envolvem denúncias contra o ex-adjunto por violência física no Ministério das Infraestruturas e o alegado furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido, caso que está a ser investigado pelo Ministério Público.

Durante o debate de quarta-feira na Assembleia da República, o primeiro-ministro disse não ver qualquer tipo de ilegalidade na atuação do SIS na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, assegurando que nenhum membro do Governo deu qualquer instrução ou orientação para a ação daquele serviço.

António Costa considerou também, perante os deputados, que o SIS agiu “de forma adequada, proporcional e não excedendo as suas competências”.

Durante o seu discurso, Ventura direcionou duras críticas do Governo socialista.

“Um primeiro-ministro que não tem vergonha em fugir às suas responsabilidades, que não aceita o escrutínio, ministros que mentem como se não fossem ministros, mas mentirosos profissionais e ministros atolados em escândalo após escândalo, nós ao contrário da outra oposição não temos medo”, referiu.

Por isso anunciou que, se nada for feito entretanto pelo Presidente da República, o início da próxima sessão legislativa ficará marcado por uma moção de censura do CHEGA para “derrubar o Governo de António Costa”.

Por várias vezes, Ventura falou, durante o discurso, sobre as decisões tomadas neste Conselho Nacional, sem especificar, no entanto, quais foram, afirmando apenas que “são sinal da maturidade e responsabilidade” do partido.

Na ordem de trabalhos desta reunião do órgão máximo entre convenções do CHEGA  estava incluída a aprovação das contas do partido e o debate do modelo de organização das estruturas distritais e concelhias, bem como uma análise da situação política atual.

Últimas de Política Nacional

O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.
A Câmara da Lousã aprovou hoje uma proposta de isenção de faturas de água para os cidadãos, empresas e coletividades com consumos extraordinários face ao combate ao incêndio que afetou aquele concelho.
O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou hoje o líder.
O líder do partido CHEGA, André Ventura, disse ontem que quer um Orçamento do Estado para 2026 que “reflita uma mudança de espírito de política de habitação” e propôs algumas medidas.
Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.