Crise política: Um Governo a cair aos bocados

Na passada quinta-feira foi a vez da secretária de Estado da Agricultura. Carla Alves, apresentou a sua demissão após ter sido empossada 26 horas antes, pelo Presidente da República, por entender não dispor de “condições políticas e pessoais” para iniciar funções.

A demissão aconteceu minutos depois de o primeiro-ministro ter estado no Parlamento, no debate da Moção de Censura, a defender a sua secretária de Estado, referindo, em resposta a André Ventura, que a própria lhe teria garantido que não teria dinheiro nas suas contas que não fosse declarado.

Aparentemente, tudo mudou ao fim da tarde quando Marcelo Rebelo de Sousa demitiu em direto a secretária de Estado, ao referir que “alguém, em abstrato, que tem uma ligação familiar próxima com alguém que é acusado num processo tem à partida tem uma limitação política”.

Ora, estava dado o mote para a demissão e era claro para todos que a secretária de Estado já não tinha condições para continuar.

Assim aconteceu e, já perto das oito da noite, surge o comunicado do Ministério da Agricultura: “A secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou na tarde de quinta-feira a sua demissão por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo”, que foi prontamente aceite pelo executivo.

A agora ex-secretária de Estado da Agricultura ocupou o cargo durante 26 horas, sendo mais um elemento do Governo a sair por questões do foro judicial.

Recorde-se que a polémica rebentou na manhã de quinta-feira com a manchete do Correio da Manhã, que dava conta de que a nova secretária de Estado da Agricultura tinha várias contas bancárias arrestadas no âmbito de uma investigação que envolve o seu marido e antigo presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira, acusado, entre outros crimes, de corrupção.

Perante esta demissão, o CHEGA pediu para ouvir no parlamento com urgência a ministra da Agricultura e apelou ao Presidente da República que avalie “e bem” se a maioria do PS tem condições para continuar a governar.

“Sucedendo-se demissão atrás de demissão, o Presidente da República tem que avaliar e avaliar bem se este governo, esta maioria, têm condições de continuar em funções”, defendeu André Ventura, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Ventura avançou ainda que o partido entregou um requerimento para ouvir com urgência na Assembleia da República a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, sobre a polémica que levou à demissão da sua secretária de Estado, Carla Alves.

O CHEGA sustentou que Maria do Céu Antunes tem uma “responsabilidade grande”.

“Atenção, não tinha nada que ver com a investigação do marido porque isso qualquer político pode ter o cônjuge ou o pai ou a mãe envolvido numa investigação qualquer. A questão é que eram as contas da própria secretária de Estado que estavam envolvidas. E isso, sabendo a ministra, deveria ter sido um alerta de bom senso para que a nomeação não se concretizasse ou pelo menos ter avisado o primeiro-ministro dessa situação”, salientou.

Sobre o apelo feito a Marcelo, o líder do CHEGA reconheceu que uma eventual decisão do Presidente da República caberá ao próprio, havendo várias questões às quais o partido não é insensível.

“Uma delas é sobre se há uma alternativa neste momento política, se haveria uma saída de estabilidade ou uma saída de maior instabilidade caso isso viesse a acontecer. Mas eu acho há uma coisa que o próprio Presidente já começou a ficar convencido: é que é impossível continuar com isto todos os dias”, considerou.

Ventura salientou que no contexto atual do Governo, com sucessivas demissões, o país “não consegue discutir mais nada”, dando como exemplos os fundos europeus, o crescimento económico ou o emprego, entre outros temas.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA volta a ser alvo de insultos no Parlamento. A deputada socialista Eva Cruzeiro chamou “racistas” e “xenófobos” aos deputados do partido, gerando protestos e acusações de intolerância. André Ventura fala em perseguição política e diz que o partido “tem sido o mais insultado da Assembleia da República”.
O mais recente barómetro da Intercampus, realizado para o Correio da Manhã, CMTV e Jornal de Negócios, revela uma aproximação significativa do CHEGA à Aliança Democrática (PSD/CDS) e ao Partido Socialista nas intenções de voto. O partido liderado por André Ventura sobe mais de dois pontos percentuais, alcançando 22,9%, enquanto a AD desce ligeiramente para 26,3% e o PS recua para 23,9%.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, lançou críticas ao Governo durante o debate do Orçamento do Estado para 2026, acusando PS e PSD de “irem ao bolso dos portugueses” e de manterem “os privilégios dos políticos”. O líder da oposição falou em “favela nacional”, denunciou o aumento dos impostos e prometeu “limpar o país”.
O CHEGA/Açores exigiu explicações ao Governo Regional sobre a nova 'Taxa de Raio-X' da SATA, que impõe 0,11 euros por quilo no transporte de carga interilhas. O partido alerta que a medida prejudica pescadores e comerciantes, já em dificuldades.
O PSD e o CHEGA alcançaram um acordo que viabiliza a aprovação de uma nova Lei da Nacionalidade, após várias cedências de parte a parte durante as negociações.
O gesto ocorreu após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter desmentido o líder parlamentar, Pedro Pinto, sobre a falta de apoio às forças de segurança, provocando indignação entre os profissionais que se sentiram desvalorizados pelo Governo.
André Ventura voltou a apontar o dedo ao primeiro-ministro, questionando se “vive no mesmo país que os portugueses”. O líder do CHEGA criticou o Governo pelo aumento dos combustíveis e pelo estado do SNS, acusando Montenegro de “sacar dinheiro em impostos”.
O candidato presidencial André Ventura, também líder do CHEGA, disse hoje estar confiante que vai vencer as eleições à primeira volta e afirmou ser “a mão firme que o país precisa”.
André Ventura acusou hoje o seu adversário Gouveia e Melo de andar aos ziguezagues e de se colar ao PS e ao BE, ao refutar as críticas de que o seu partido é uma ameaça para a democracia.
O Ministério Público (MP) continua a investigar o Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, no âmbito do processo sobre um alegado esquema de financiamento ilegal do PSD.