Oposição moçambicana denuncia alegado homicídio de delegado

A Renamo, maior partido da oposição moçambicana, denunciou hoje o alegado homicídio de um delegado do partido e desmobilizado no âmbito dos acordos de paz, considerando tratar-se de um “duro golpe” ao processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR).

Segundo a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Rafael Miguel, delegado político na localidade de Nkondedzi, em Tete, no centro de Moçambique, foi levado “à força para o interior de uma viatura” no dia 30 de janeiro, por “três pessoas mascaradas” e supostamente “trajadas com fardamento da Força de Intervenção Rápida” moçambicana, disse José Manteigas, porta-voz do partido, em conferência de imprensa.

O partido diz que o delegado terá sido assassinado e o seu corpo carbonizado “com três pneus” numa zona entre os distritos de Changara e Guro, em Tete, por alegados “esquadrões da morte”, como outros ao serviço do “poder do dia” e a que atribuiu crimes semelhantes no passado com o intuito de silenciar os seus membros ou “quem pensa diferente”.

A morte de Rafael Miguel afetou “gravemente” os outros guerrilheiros desmobilizados, acrescentou, referindo que o crime gerou desconfiança sobre “a vontade genuína” do Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de “prosseguir com o processo de desmobilização” em curso no país.

“Este assassínio bárbaro representa um duro golpe ao processo do DDR e ao esforço coletivo de constituir uma paz efetiva e uma verdadeira reconciliação nacional”, referiu o porta-voz da Renamo.

O partido apresentou queixa à polícia, pedindo “um rápido esclarecimento do crime e responsabilização dos autores” e lançou um apelo ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para “ordenar a cessação imediata destes atos criminosos perpetrados por agentes do Estado que deviam garantir a segurança dos cidadãos”.

“Apelamos à sociedade moçambicana e à comunidade internacional para, sem reservas, condenarem a manutenção no país dos esquadrões da morte que representam uma forte ameaça a convivência plural”, concluiu.

O processo de DDR, em que o encerramento da última base foi adiado, em dezembro, faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 06 de agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a principal força da oposição, todos assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.

No âmbito do acordo, do total de 5.221 elementos a abranger, cerca de 4.700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.