Médicos marcam manifestação para o primeiro dia da greve de março

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou hoje uma concentração junto ao Ministério da Saúde para 08 de março, no primeiro dos dois dias de greve cujo pré-aviso apresenta 22 reivindicações relacionadas com a carreira.

A concentração está agendada para as 15:00 de 08 de março, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, adiantou a estrutura sindical, num comunicado publicado na sua página eletrónica, em que apela à participação de todos os médicos na greve de dois dias.

Os médicos “paralisarão a sua atividade profissional entre as 00:00 do dia 8 de março e as 24:00 do dia 9 de março de 2023”, adianta o pré-aviso da greve convocada pelos sindicatos dos médicos do Norte, da Zona Centro e da Zona Sul, estruturas que integram a FNAM.

O documento estipula ainda os serviços mínimos, adiantando que os médicos devem garantir a prestação de quimioterapia e radioterapia, diálise, urgências internas, atos indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar e a imuno-hemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes.

No âmbito destes serviços mínimos, ficam também assegurados os cuidados paliativos em internamento, a punção folicular que, por determinação médica, deve ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra num estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde.

“Todos os médicos podem aderir livremente à greve, mesmo os que não sejam sindicalizados, pois trata-se de um direito de exercício coletivo cuja declaração é da competência dos sindicatos”, adianta também o documento, que apresenta um conjunto de 22 objetivos para a paralisação.

Entre essas reivindicações consta a renegociação da carreira médica e respetiva grelha salarial, que inclua um horário base de 35 horas, com atualização remuneratória, a dedicação exclusiva opcional e majorada e a consideração do internato médico como primeiro grau da carreira.

A estrutura sindical pretende também a revisão das normas de organização e disciplina do trabalho médico, a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e dos cindo dias suplementares, quando o período normal for gozado fora da época alta, assim como a redução do tempo normal de trabalho no serviço de urgência das 18 para as 12 horas.

Outras das exigências passam pelo descongelamento imediato da progressão na carreira e a revogação do atual regime de avaliação de desempenho dos médicos, o desencadeamento do processo negocial de contratação coletiva para os médicos do Instituto Nacional de Emergência Médico (INEM), de modo a assegurar-lhes a existência de uma carreira específica, e a possibilidade da reforma antecipada com 36 anos de serviço ou aos 62 anos de idade, atendendo à penosidade e risco acrescido da profissão.

Esta greve foi anunciada numa altura em que decorrem negociações com o Governo, com a FNAM a alegar que constitui uma resposta “à falta de compromisso, por parte do Ministério da Saúde, em negociar as grelhas salariais e na falta de medidas para salvar o Serviço Nacional de Saúde” (SNS).

Segundo a federação de sindicatos, as negociações com o Ministério da Saúde têm “sido prolongadas no tempo, a um ritmo demasiado lento, onde se acumulam os pedidos de adiamento de reuniões e escasseiam as propostas por parte da tutela”.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) demarcou-se da greve anunciada pela FNAM, considerando-a “uma cedência ao radicalismo e ao populismo” quando decorrem negociações com o Governo.

Já hoje, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconheceu que a greve dos médicos marcada para março o preocupa, mas disse acreditar ser possível encontrar “pontos de consenso suficientes” nas negociações para evitar esta forma de luta.

Últimas do País

O Instituto Nacional de Emergência Médica registou este ano 28 intoxicações por monóxido de carbono, mais 10 do que em todo o ano de 2024, e alertou, esta quinta-feira, para os riscos de braseiras, esquentadores e fogões em locais com pouca ventilação.
A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e 11 meses em 2027, um aumento de dois meses face ao valor estabelecido para 2026, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.
O número de pedidos para indemnizações por abusos sexuais na Igreja Católica aumentou para 93, disse hoje a coordenadora do Grupo VITA.
O Estado está a ser ultrapassado dentro da sua própria casa: cerca de 300 fogos públicos foram tomados ilegalmente e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) admite não ter mãos a medir. Lisboa lidera o caos, os despejos duplicam e a vigilância é impossível num património espalhado por 493 bairros.
O presidente da associação de médicos tarefeiros, que hoje se reuniu com o Ministério da Saúde, prevê entregar à tutela até ao final do ano as suas propostas para disciplinar a prestação de serviços nos hospitais públicos.
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) avalia os quase dois anos de expansão das Unidades Locais de Saúde (ULS) como “acidentados” num país onde as assimetrias criaram integração de cuidados “muito diferente nos vários locais”.
Elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto terminaram ao início desta manhã de realizar buscas a “várias residências dos Super Dragões no distrito do Porto, avançou fonte da PSP do Porto.
A Polícia Judiciária está a realizar hoje buscas na Câmara Municipal de Coruche, no distrito de Santarém, confirmou à Lusa a força de segurança, sem revelar mais pormenores sobre a operação.
No último dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2026, a proposta do CHEGA foi aprovada com votos a favor do PSD e CDS-PP, votos contra de PS, PCP, BE, Livre e PAN e abstenção da IL.
O parlamento aprovou hoje duas propostas de alteração do CHEGA sobre a construção de autoestradas, em Coimbra e Castelo Branco, bem como uma iniciativa para o lançamento da obra do IC6 em Seia.