16 Abril, 2024

“Pela primeira vez, os portugueses têm um conjunto de deputados que fala deles e para eles”

Pedro Pinto é, aos 45 anos, o líder do Grupo Parlamentar do CHEGA, o terceiro maior da Assembleia da República. Nasceu em Lisboa, cresceu em Vila Franca de Xira, é fervoroso adepto do Benfica e há muitos anos que é aficionado às touradas. Em entrevista ao Folha Nacional, Pedro Pinto diz que é um “orgulho imenso” liderar a bancada parlamentar do CHEGA e acusa o PSD de “fazer o jogo do PS”.

Como é ser o líder parlamentar da terceira maior força política nacional?

Mais do que um desafio, é um orgulho imenso ser líder de um grupo parlamentar que passou de um para 12 deputados. E isto devemos ao nosso Presidente, André Ventura, que foi deputado único durante dois anos e conseguiu mudar para melhor a forma de se fazer política em Portugal. Somos 12 deputados com personalidades totalmente distintas, mas todos e cada um de nós temos feito um trabalho meritório que faz do nosso grupo parlamentar um dos melhores da Assembleia da República.

Como é a sua relação com os restantes líderes parlamentares?

É basicamente uma relação institucional. Existem conversas que temos de ter a nível institucional, em especial na conferência de líderes, mas não passa disso.

Augusto Santos Silva é um Presidente da Assembleia da República interventivo. Como vê esta postura?

O Presidente da Assembleia da República, ao contrário do que deveria fazer, tem sido o principal defensor da bancada do PS quando o seu cargo obriga a uma isenção e a um tratamento igualitário para com todos os grupos parlamentares. Infelizmente não tem sido assim, particularmente com o nosso grupo parlamentar que é, muitas vezes, interrompido quando os nossos deputados estão no uso da palavra, especialmente quando se trata de André Ventura.

O CHEGA vai mudar a sua forma de fazer política dentro do Parlamento?

Não, nem pensar. Pela primeira vez, os portugueses têm um conjunto de deputados que fala deles e para eles e isso não vai mudar. Santos Silva pode atacar-nos as vezes que quiser, pois não é isso que nos vai calar ou mudar. Nós fomos eleitos para defender os portugueses e é isso que fazemos e vamos continuar a fazer.

A relação com os deputados únicos não é fácil. Por que razão?

Bom, no caso da deputada Inês Sousa Real há um claro aproveitamento porque já percebeu que o único mediatismo que consegue alcançar é quando nos ataca. Quanto ao deputado Rui Tavares há uma postura que nos incomoda e que deveria incomodar a todos os grupos parlamentares: é que o deputado do Livre raras vezes respeita o regimento no que ao seu tempo para declarações diz respeito. O deputado, em quase todas as suas intervenções, dobra o tempo que tem disponível e com o consentimento de Santos Silva. O que seria se todos os grupos parlamentares fizessem o mesmo? E claro: o deputado Rui Tavares também já percebeu que só connosco consegue ter alguma visibilidade mediática e aproveita-se disso.

O Presidente do PSD tem feito, nos últimos dias, algumas declarações que vão ao encontro de ideias defendidas pelo CHEGA. Vê isto como uma aproximação?

Eu não diria que é uma aproximação, mas uma mudança de estratégia. Luís Montenegro já percebeu que só será governo com o CHEGA e esta tentativa de mudança do PSD surge apenas porque o seu líder sabe que a única oposição que tem sido feita ao PS é pelo CHEGA e quer contrariar isso apropriando-se de temas que são nossos. Luís Montenegro delineou uma estratégia para o PSD que não está a ter resultados porque o nosso partido continua a subir nas sondagens e, por isso, agora tenta mudar a estratégia vindo a reboque do que são as nossas posições.

Esta mudança de estratégia, como diz, é então uma forma de tentar ultrapassar o CHEGA?

Claramente. O PSD quer recuperar a liderança da oposição e acha que o conseguirá apropriando-se dos nossos temas. No entanto, o mesmo PSD que diz ser oposição ao PS é o mesmo que se abstém quando apresentamos uma moção de censura ao Governo; é o mesmo que se recusa a pedir uma comissão de inquérito parlamentar à alegada interferência de António Costa na banca e continua a dar-lhe “segundas oportunidades” para se explicar. O PSD diz uma coisa e faz outra: diz que é oposição, mas faz o jogo do PS e nós não compactuamos com isso.

O CHEGA obteve 7,1% nas legislativas de 2022. Um ano depois, as sondagens dão-lhe o dobro do resultado: 14,2%. O que explica este crescimento em tão pouco tempo?

O nosso trabalho diário no Parlamento. Os portugueses acompanham o nosso trabalho e já perceberam que somos os únicos que podem combater o socialismo de verdade. Aqueles que se levantam todos os dias para trabalhar e que recebem um salário miserável estão cansados de ver pessoas que podem, mas não querem trabalhar, receber apoios sociais. Mas não é só isto. Desde o 25 de Abril que a corrupção se instalou no nosso país como uma erva daninha que está sempre a crescer por todo o lado. A esquerda levou o nosso país para um beco sem saída e as pessoas têm a noção que só o CHEGA e André Ventura podem, realmente, mudar o país para melhor.

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