Último dia de greve dos trabalhadores na CP com adesão elevada

©CP-Comboios de Portugal

A adesão ao quarto e último dia de greve dos trabalhadores da ferrovia é elevada, estando a ser cumpridos apenas os serviços mínimos, disse fonte sindical, adiantando que os sindicatos continuam dispostos a negociar, apesar do silêncio da tutela.

Os trabalhadores da CP deram início na segunda-feira a mais greves, com a transportadora a alertar para “fortes perturbações” até hoje, num protesto pelo impasse nas negociações salariais que também envolve a Infraestruturas de Portugal (IP).

De acordo com um balanço feito pela CP à Lusa hoje de manhã, dos 251 comboios programados entre as 00:00 e as 08:00, foram realizados 106 e suprimidos 145 (57,8%).

Em declarações hoje de manhã à Lusa, António Salvado, do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), disse que a adesão tal como nos três dias anteriores “é forte e elevada”, estando apenas a ser cumpridos os comboios dos serviços mínimos (25%).

António Salvado considerou “inacreditável” que durante os quatro dias de greve não tenha havido por parte da tutela uma tentativa de desconvocar a paralisação e de negociação com os trabalhadores.

“Nós fizemos uma greve de quatro dias no sentido de que alguém nos oiça e até agora não tem havido qualquer reação por parte do ministro das Infraestruturas e das Finanças. Não houve até à data e vamos no quarto dia de greve. Não se percebe como é que não há um pequeno esforço das tutelas para chegar a um acordo”, disse.

O sindicalista lembrou que estas greves penalizam os trabalhadores, os utentes e o Estado português, por isso, estranha não haver um esforço de negociação ou propostas por parte da tutela.

“O que tivemos foi uma imposição de aumentos salariais que foi feito num ato de gestão e atribuídos aos trabalhadores e até agora não houve um telefonema no sentido de desconvocar a greve, de negociar. Não estamos a anos-luz de um acordo. Queremos negociar. Pedimos audiências antes da greve e até agora nada”, disse.

Na origem da greve está o “impasse” nas negociações salariais com a administração da Infraestruturas de Portugal (IP) e da CP.

“Os aumentos na IP de 3,9% a média, levaram a 2% de aumentos e o mesmo na CP 1,6% de aumento, que são inaceitáveis numa altura em que os números da inflação são elevados bem como o preço dos bens alimentares. Estas empresas são empresas de salário mínimo nacional. Pessoas qualificadas que tiveram formação específica e ganham ordenado mínimo nacional”, sublinhou.

António Salvado reiterou a disponibilidade dos trabalhadores para negociar, para desbloquear a situação.

A greve foi convocada pelo SINFA, Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial (ASSIFECO), Federação nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), Serviços Técnicos Ferroviários (STF), STMEFE – Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE), Sinafe-Sindicato Nacional dos Ferroviários Do Movimento E Afins e Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTF).

Últimas do País

A prisão de Lisboa, a maior do país, com cerca de mil reclusos, enfrenta um cenário de elevada tensão. A paralisação dos guardas prisionais, iniciada na quarta-feira, está a gerar revolta entre os detidos, que se encontram privados de visitas, da entrega de alimentos e de roupa lavada.
Cerca de 1,8 milhões de pessoas em Portugal viviam em agregados familiares com um rendimento mensal inferior a 632 euros por adulto equivalente, em 2023. Entre os diferentes grupos etários analisados, os idosos foram os mais afetados pelo agravamento da pobreza, com a taxa de risco a aumentar de 17,1% em 2022 para 21,1% em 2023.
O jovem de 23 anos suspeito de ter esfaqueado mortalmente um turista norte-americano na madrugada de quarta-feira, em Cascais, ficou esta sexta-feira em prisão preventiva.
A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal está a investigar uma denúncia apresentada por uma jovem de 20 anos que afirma ter sido sequestrada por três homens, de quem aceitou boleia na Amadora.
A comunidade indiana tornou-se, este ano, a segunda mais numerosa em Portugal, totalizando 98.616 cidadãos. Até então, esse lugar era ocupado por Angola, que agora ocupa a terceira posição, com 92.348 residentes.
O presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) disse que a manifestação de hoje é o início de vários protestos que os polícias vão realizar "até deixarem de ser discriminados", estando marcado para as próximas semanas outras iniciativas.
A Provedoria de Justiça contesta a fórmula de cálculo usada pelo Instituto da Segurança Social (ISS) para fixar pensões unificadas, considerando que limita “injustamente” o acesso e valor destas prestações, em prejuízo dos cidadãos
Esta semana está a ser sangrenta em Portugal, particularmente na Área Metropolitana de Lisboa. Em menos de 48 horas, três pessoas foram assassinadas e quatro foram internadas em estado grave. “Inqualificável”, diz André Ventura.
Nove em cada 10 Unidades de Saúde Familiar (USF) reportaram no último ano faltas de material básico como vacinas, e quase todas tiveram falhas informáticas, segundo o estudo anual que retrata o estado dos cuidados de saúde primários.
Um milhão e 800 mil pessoas a residir em Portugal vivem em famílias com rendimento inferior a 632 euros por mês, segundo dados divulgados esta sexta-feira pela Pordata, por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.