O CHEGA requereu hoje a audição da ministra da Justiça e do secretário de Estado da Juventude e do Desporto para que prestem esclarecimentos sobre a naturalização de atletas, como o campeão olímpico de triplo salto Pedro Pichardo.
“O CHEGA chamou hoje ao parlamento a senhora ministra da Justiça para dar explicações sobre o processo de nacionalidade de Pedro Pichardo e de outros que estejam em situação semelhante, e o senhor secretário de Estado do Desporto para explicar com que motivos e com que fundamentos o Comité Olímpico e também a Federação Portuguesa de Atletismo entendeu que se devia aplicar uma regra excecionalíssima à lei que são os altos serviços prestados ao Estado e à comunidade nacional”, afirmou o líder do partido.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura indicou que o Chega já questionou também o Governo sobre o este assunto.
O partido quer confirmar se existiu um parecer do Comité Olímpico de Portugal e da Federação Portuguesa de Atletismo “a pedir a aplicação de uma exceção que existe na lei e que permite que os tais cinco anos de presença em Portugal não sejam necessários para obter a nacionalidade portuguesa”.
“E era importante conhecermos o teor para que outros atletas não sintam hoje que foram discriminados ou injustiçados no seu processo de obtenção de nacionalidade”, defendeu, apontando que é necessário saber se essa exceção foi aplicada noutros casos, mesmo fora do desporto.
Nas oito questões que o CHEGA coloca à ministra da Justiça, e que foram distribuídas aos jornalistas, o partido pergunta ainda se “houve pressões ou algum tipo de constrangimentos para a obtenção da nacionalidade” deste atleta e se “vai o Ministério da Justiça abrir algum procedimento de averiguações ou investigação a este caso ou a casos similares”.
Este pedido de esclarecimentos surge na sequência da polémica entre Nelson Évora, campeão olímpico do triplo salto em Pequim2008, e Pedro Pichardo, ouro na mesma disciplina em Tóquio2020, em que o primeiro, em entrevista à rádio Observador, disse que o atleta que nasceu em Cuba tinha sido comprado, contestando ainda a rapidez no seu processo de naturalização, em contraponto com o seu.
Entretanto, Pedro Pichardo, que detém o recorde nacional nesta disciplina, acusou Évora de lhe faltar ao respeito.