Forças Armadas defendem ações concretas “esclarecedoras e remuneradoras” para incentivar ingressos

© Facebook/EMGFA

O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) defendeu hoje ações “concretas, esclarecedoras e remuneradoras” para incentivar novas entradas nas fileiras militares, salientando que os candidatos não surgem espontaneamente.

“Haverá mais passos a dar na procura da crescente valorização da condição militar. Servir Portugal nas Forças Armadas constitui uma inigualável oportunidade para todos os cidadãos que sintam o apelo do serviço público e patriótico. Cidadãos que não surgem espontaneamente mas que devem ser despertados e incentivados nesse sentido, por via de medidas e ações concretas, esclarecedoras e remuneradoras”, defendeu o general Nunes da Fonseca.

O chefe militar falava no Instituto da Defesa Nacional (IDN), em Lisboa, na apresentação do novo Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar, numa cerimónia presidida pela ministra da Defesa, Helena Carreiras.

O CEMGFA depositou “efetivo otimismo” neste documento e salientou que as Forças Armadas têm colocado em prática nos últimos anos várias medidas com o objetivo de “inverter a curva descendente” de efetivos, destacando a divulgação dos ramos pelo país através de atividades com a participação de jovens.

Outras medidas elencadas pelo chefe militar foram a “aproximação ao público-alvo em idade de ingresso nas fileiras através de divulgação em plataformas sociais, atendimentos personalizados e fomento do processo de candidaturas ‘online’”, a diminuição do tempo entre o momento em que o candidato demonstra a sua vontade de ingressar e o momento em que é convocado, ou a participação em feiras de empregabilidade como a Futurália.

Nunes da Fonseca destacou também, no campo da retenção, o regime de contrato especial no Exército, bem como a “apresentação de propostas realistas e concretas, visando a melhoria das condições remuneratórias e dos suplementos dos militares”.

Ana Santos Pinto, ex-secretária de Estado da Defesa e coordenadora da comissão de implementação do plano hoje apresentado, afirmou que estão bem presentes no debate público os desafios ao recrutamento e à retenção de efetivos, mas recorreu ao exemplo dos Estados Unidos da América, “a principal potência militar mundial”, para mostrar que não é um problema exclusivamente português.

De acordo com a académica, “o ano de 2022 foi designado numa audiência do senado norte-americano como ‘indiscutivelmente o ano de recrutamento mais desafiante desde 1973′”, altura que os EUA tornaram as suas Forças Armadas totalmente voluntárias.

“Até ao final de maio de 2022, os EUA conseguiram apenas 23% da meta de novos recrutamentos que tinham definido como necessário”, adiantou.

No caso de Portugal, a antiga governante citou um estudo sobre os jovens e as Forças Armadas realizado pela direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, “e dados do Dia da Defesa Nacional de 2022”, que revelam que os jovens “quando pensam no desenvolvimento da sua carreira procuram lucros e ganhos”, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, segurança na carreira por oposição à precariedade e “um trabalho qualificado que gere conhecimento e aprendizagem”.

Segundo o mesmo estudo, “37% dos jovens, homens e mulheres, manifestam interesse em ingressar” nas fileiras militares e 46% rejeitam essa possibilidade.

Entre as razões para a rejeição, continuou Ana Santos Pinto, estão a vontade de continuar os estudos (algo possível nas Forças Armadas e que a antiga governante considera importante esclarecer), não gostar da carreira militar ou não querer ficar “longe de casa e da família”.

Ana Santos Pinto realçou que “apenas 8% aponta o fator remuneratório” como motivo para não ingressar nas Forças Armadas.

Entre as várias medidas do plano hoje apresentado, a académica destacou o Observatório do Serviço Militar e a criação de “um sistema integrado de indicadores de monitorização da profissionalização”.

Últimas do País

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e 11 meses em 2027, um aumento de dois meses face ao valor estabelecido para 2026, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.
O número de pedidos para indemnizações por abusos sexuais na Igreja Católica aumentou para 93, disse hoje a coordenadora do Grupo VITA.
O Estado está a ser ultrapassado dentro da sua própria casa: cerca de 300 fogos públicos foram tomados ilegalmente e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) admite não ter mãos a medir. Lisboa lidera o caos, os despejos duplicam e a vigilância é impossível num património espalhado por 493 bairros.
O presidente da associação de médicos tarefeiros, que hoje se reuniu com o Ministério da Saúde, prevê entregar à tutela até ao final do ano as suas propostas para disciplinar a prestação de serviços nos hospitais públicos.
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) avalia os quase dois anos de expansão das Unidades Locais de Saúde (ULS) como “acidentados” num país onde as assimetrias criaram integração de cuidados “muito diferente nos vários locais”.
Elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto terminaram ao início desta manhã de realizar buscas a “várias residências dos Super Dragões no distrito do Porto, avançou fonte da PSP do Porto.
A Polícia Judiciária está a realizar hoje buscas na Câmara Municipal de Coruche, no distrito de Santarém, confirmou à Lusa a força de segurança, sem revelar mais pormenores sobre a operação.
No último dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2026, a proposta do CHEGA foi aprovada com votos a favor do PSD e CDS-PP, votos contra de PS, PCP, BE, Livre e PAN e abstenção da IL.
O parlamento aprovou hoje duas propostas de alteração do CHEGA sobre a construção de autoestradas, em Coimbra e Castelo Branco, bem como uma iniciativa para o lançamento da obra do IC6 em Seia.
A Associação Nacional de Escolas de Condução Automóvel (ANIECA) alertou esta quarta-feira para a escalada de fraudes nos exames práticos e teóricos de condução, com recurso a equipamentos escondidos ou até "duplos", e exigiu medidas imediatas para travar a escalada.