João Galamba diz que informou ex-CEO da TAP da reunião preparatória e que podia participar se quisesse

©facebook.com/tapairportugal

O ministro das Infraestruturas disse que informou a ex-presidente executiva da TAP sobre a reunião preparatória pedida pelo PS e que podia participar, se quisesse, tendo recebido confirmação do interesse mais tarde, ao qual não se opôs.

Em conferência de imprensa no Ministério das Infraestruturas, na sequência da divulgação de notas pessoais do adjunto exonerado Frederico Pinheiro, João Galamba explicou que teve uma reunião com Christine Ourmières-Widener pouco depois de ter tomado posse como ministro, a pedido da ex-presidente executiva.

“Eu disse-lhe ‘olhe, eu tenho um pedido do grupo parlamentar’, que me tinha chegado três dias antes, […] e eu disse ‘não faz muito sentido eu ir à reunião preparatória […] não sei, se quiser participar, pode participar”, afirmou João Galamba.

Naquele momento, prosseguiu, a ex-CEO não confirmou o interesse em fazer parte da reunião, tendo confirmado apenas mais tarde ao adjunto Frederico Pinheiro, que informou o ministro.

Segundo Galamba, Ourmières-Widener sublinhou que era “muito importante” que a ida ao parlamento, em janeiro, no âmbito de uma audição na comissão de Economia, antes da constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, “não fosse apenas um momento para a usar a TAP apenas como arma de arremesso político”.

“Havendo interesse do deputado e do grupo parlamentar que participou na reunião e havendo interesse da CEO, o que fiz foi não me opor, porque, de facto, não vejo problema. Não foi uma reunião de preparação para comissão parlamentar de inquérito”, reiterou João Galamba.

Questionado sobre o comunicado enviado pelo Ministério das Infraestruturas, que refere que Galamba foi informado de que a ex-CEO queria participar na reunião, o governante reafirmou “integralmente” aquela informação. “Eu de facto fui [informado], porque tenho mensagem do doutor Frederico Pinheiro a dizer ‘João, a CEO quer participar na reunião, pode?’ e eu respondo ‘pode’”, apontou.

Questionado ainda sobre contradições com a versão divulgada na sexta-feira por Frederico Pinheiro à comunicação social, de que o ministério conhecia a existência de notas da reunião preparatória e que as pretendeu ocultar, João Galamba disse que “a ainda não prestação de todos os esclarecimentos” por parte do adjunto exonerado “podem induzir nessa perceção”, mas reiterou que o Governo e a equipa do Ministério das Infraestruturas não pode ser acusada de tentar ocultar dados à comissão de inquérito.

“Todos os nossos atos apontam no sentido oposto. Efetivamente, tudo entregámos, nunca esquecer esse facto”, rematou.

No dia 04 de abril, em audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP, a então presidente executiva da TAP confirmou ter participado numa reunião preparatória com o grupo parlamentar do PS e membros de gabinetes do Governo, na véspera de uma anterior audição na comissão de Economia, em janeiro.

Na sexta-feira, conheceu-se a exoneração de Frederico Pinheiro por “comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades” e as suas acusações a João Galamba, já negadas categoricamente pelo ministro das Infraestruturas, de que tinha procurado omitir informação à comissão de inquérito (CPI) à TAP.

O adjunto exonerado acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a “reunião preparatória” com a ex-CEO.

Em comunicado, o ministro das Infraestruturas já havia negado “categoricamente” as acusações do adjunto exonerado, referindo ainda que, “pelo contrário”, “toda a documentação solicitada pela CPI foi integralmente facultada”.

Hoje João Galamba afirmou que a acusação de Frederico Pinheiro “não tem qualquer fundamento”, uma vez que, entre janeiro e a semana passada, “nunca foi, em momento algum” dada a conhecer a existência de notas. “Foi dito que não [havia] e há quatro testemunhas”, sublinhou o ministro.

Últimas de Economia

A Euribor desceu hoje em todos os prazos em relação a sexta-feira, e a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhe com as políticas do bloco BRICS, que descreveu como sendo contra Washington.
Os preços homólogos das habitações aumentaram, no primeiro trimestre, 5,4% na área do euro e 5,7% na União Europeia (UE), com Portugal a apresentar o maior aumento (16,3%) entre os Estados-membros, divulga hoje o Eurostat.
Os clientes dos bancos estão a celebrar com maior frequência empréstimos à habitação com taxas de juro mistas, tipologia que abrangeu mais de 80% do total de novos contratos em 2024, segundo o Banco de Portugal.
Os sindicatos que representam os trabalhadores da Altice disseram hoje que as rescisões na empresa já abrangeram cerca de 200 pessoas, segundo um comunicado hoje divulgado.
As transferências de clientes com contas bancárias em Portugal para instituições financeiras localizadas em paraísos fiscais aumentaram em 2024 para cerca de 8.000 milhões de euros, segundo dados publicados no Portal das Finanças.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou em 2024 um défice de cerca de 1.377 milhões de euros, representando uma deterioração de 741 milhões relativamente a 2023, anunciou hoje o Conselho das Finanças Públicas (CFP).
O reembolso do IRS totalizou 1.377,4 milhões de euros até maio, abaixo dos 2.020,6 milhões de euros reportados no mesmo período do ano passado, indicou a síntese de execução orçamental.
O Tribunal de Contas (TdC) anunciou hoje que concedeu o visto ao contrato do INEM para o transporte aéreo de emergência médica, no âmbito do concurso público que prevê a operação de quatro helicópteros pela empresa Gulf Med.
O valor do Adicional ao IMI totalizou 154,5 milhões de euros em 2024, um aumento de 5,68% face ao ano anterior, segundo dados da Autoridade Tributária.