Autarcas falam em situação “dramática” em Murça devido à chuva intensa e granizo

© D.R.

O presidente da Câmara de Murça descreveu  uma “situação dramática” devido à chuva intensa e ao granizo, com uma ponte derrubada e outras em risco, muros caídos e prejuízos na agricultura, anunciando um apoio ao tratamento nas vinhas.

No terreno a avaliar os prejuízos na agricultura estão hoje os técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), mas também elementos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vão analisar o impacto da chuva intensa, que se fez sentir a meio da tarde de quarta-feira, nas linhas de água do concelho.

O presidente do município do distrito de Vila Real, Mário Artur Lopes, apontou para uma “situação dramática” no concelho e adiantou que os meios do município estão também no terreno a “tentar minimizar” algumas situações.

Uma das consequências mais visíveis do mau tempo foi a ponte rodoviária, na zona da Ribeirinha, freguesia de Valongo de Milhais, arrastada pela força das águas de um ribeiro.

A aldeia não ficou isolada, mas a população tem agora de fazer “praticamente o dobro dos quilómetros” para se deslocar à sede do concelho.

No entanto, Mário Artur Lopes disse que há outras pontes, como em Penabeice e Noura, que aparentam estar em “risco iminente”, pelo que foi colocada informação de aviso nestes locais.

Para além disso, acrescentou, há muros caídos, hortas, olivais e vinhas atingidas e estradas que estão ser limpas.

“O problema são as hortas de subsistência que estão todas destruídas, as linhas de água afetadas, são quilómetros e quilómetros dessa tipologia que são muito mais complexos em termos de engenharia de resolver do que a construção de uma nova ponte, apesar do drama que é a ponte ter caído”, salientou Mário Artur Lopes.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Junta de Valongo de Milhais, Renato Santos, disse que o mau tempo, designadamente a chuva muito forte em curto espaço de tempo, provocou “muita destruição” na sua freguesia.

O autarca associou esta situação ao grande incêndio que em junho de 2022 atingiu o concelho, e concretamente também esta freguesia, tendo ardido cerca de 50% da sua área.

“Com estas chuvadas fora do normal, com muita intensidade, arrastou muita coisa pela frente”, referiu, fazendo uma ligação entre os incêndios e a situação agora ocorrida.

Renato Santos concretizou que as consequências do mau tempo “não terão sido apenas por causa dos incêndios”, porque a intensidade “foi realente muita”, mas “também ajudou” porque “os solos não têm vegetação, não retêm a água” e “tudo o que acontece é muito rápido”.

Também Mário Artur Lopes apontou para uma ligação ao incêndio.

“A capacidade de retenção de água é muito menor e, portanto, não havendo essa retenção de água, há cinzas, lamas e a água corre de forma descontrolada e com a massa de água louca que caiu, não há nada que minimize o impacto”, salientou.

Para além da ponte da Ribeirinha derrubada, há, segundo o Renato Santos, “outras que ficaram em parte destruídas”, pelo que disse que é preciso “esperar por ajuda técnica para avaliar as consequências”.

O presidente da junta referiu ainda os muros caídos, terrenos agrícolas inundados e oliveiras adultas arrastadas pela força das águas.

“Estas pessoas vivem disto, trabalham no seu dia-a-dia para depois terem alimentação durante o ano, porque estamos a falar de uma população idosa que vive da sua reforma. Com esta destruição das culturas, neste momento não têm forma de recuperar, nem sequer voltar a pôr”, referiu.

O autarca disse que está preocupado porque, já no domingo, caiu chuva intensa na sua freguesia e as previsões meteorológicas continuam a apontar para chuva intensa neste território.

Num outro ponto do concelho, já na zona da Terra Quente, a intensa queda de granizo afetou vinhas na localidade de Porrais, inserida na Região Demarcada do Douro, tendo afetado muitos viticultores.

Relativamente a esta situação, o presidente Mário Artur Lopes disse que a câmara está disponível para ajudar os produtores, designadamente com o pagamento dos tratamentos das vinhas afetadas.

É recomendado, após a queda de granizo, a aplicação de um tratamento à base de cálcio para a cicatrização das videiras.

Últimas do País

O Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) instaurou desde setembro 11 processos contraordenacionais por incumprimento Regime Geral de Prevenção da Corrupção (RGPC) em empresas e já tem inteligência artificial a ajudar no trabalho de fiscalização.
Meio milhão de chamadas terão ficado por atender na Linha de Saúde 24. No início de uma ronda da saúde pelo país, a ministra Ana Paula Martins disse querer melhores números no inverno.
Dois acordãos do Supremo Tribunal Administrativo (STA) consideram que as torres são "parte componente" dos aerogeradores e devem ser incluídas "na avaliação do prédio urbano industrial (parque eólico) para efeitos de IMI", dando razão a recursos da Autoridade Tributária (AT).
A Ordem dos Médicos (OM) decidiu hoje enviar para o Conselho Disciplinar o relatório sobre as cirurgias adicionais realizadas pelo dermatologista do Hospital de Santa Maria que recebeu mais de 700 mil euros em três anos.
O primeiro dia de greve dos Sapadores Bombeiros de Lisboa registou uma adesão entre os 85% e os 90%, disse à Lusa o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP), lamentando a falta de respostas do município.
A Medialivre, dona da CMTV e da Now, admite avançar com uma ação judicial para que se cumpra a deliberação da entidade reguladora que defende o alargamento dos debates das presidenciais a todos os canais.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou 102 ocorrências, ainda atribuídas à depressão Claudia, entre as 00:00 e as 08:00 de hoje, maioritariamente na Grande Lisboa, e sem provocarem vítimas, segundo fonte oficial.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) começou hoje uma operação geral de fiscalização dos veículos automóveis pesados de transporte de mercadorias e de passageiros, que se vai estender até domingo, anunciou a própria força, em comunicado.
Os cerca de participantes no 14.º Congresso da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) aprovaram hoje por unanimidade uma moção de adesão à greve geral de 11 de dezembro, convocada contra o pacote laboral do Governo.
Os bombeiros decidiram hoje avançar com protestos, como a recusa de realizar altas hospitalares durante algumas horas, marchas lentas e deslocação mensal de viaturas ao parlamento, face à ausência de respostas governamentais às reivindicações do setor.