“A cerca sanitária que nos fazem demonstra como os partidos estão agarrados ao poder”

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Rui Paulo Sousa tem 55 anos, é empresário e consultor com 20 anos de experiência na área tecnológica e 10 anos na área agrícola. Atualmente é deputado e membro da Direção Nacional do Partido CHEGA.

 

O CHEGA deu início a um processo de revisão constitucional que decorre no Parlamento desde janeiro. Qual o balanço que faz dos trabalhos desta comissão?

Infelizmente, a esta Revisão Constitucional vai poder aplicar-se a popular frase “a montanha pariu um rato”. Uma Revisão Constitucional que, à partida, tinha tudo para ser verdadeiramente uma alteração da atual Constituição, seja nos aspetos mais ideológicos – começando pelo preâmbulo da mesma que ainda defende o “abrir caminho para uma sociedade socialista” – como em questões essenciais na área da Justiça, da Nacionalidade, da Saúde ou do Trabalho, vai acabar com poucas ou nenhumas alterações. Devido principalmente a inercia e má vontade dos dois principais partidos, PS e PSD.

Já houve alguma proposta de alteração apresentada pelo CHEGA que tenha sido aprovada nesta Comissão?

Neste momento ainda estamos distantes da aprovação de qualquer alteração. O que temos, para já, são intenções de voto e, nesse sentido, as únicas alterações que até agora reúnem algum consenso que permitiria a sua possível aprovação são duas alterações propostas pelo CHEGA, ambas no sentido de existir uma maior transparência, através por exemplo de tornar públicos todos os acórdãos de todos os Tribunais (salvaguardando obviamente os dados pessoais dos intervenientes) e publicar o Programa de Governo no Diário da República. Todas as nossas outras propostas no sentido de agilizar e tornar mais transparente a Justiça ou de defender a nacionalidade portuguesa originária para os Ministros do Governo, ou mesmo na defesa da Família, em que cabe ao Estado ensinar e à família educar, foram liminarmente chumbadas pelos outros Partidos.

Tem-se assistido a uma relação crispada entre o Presidente da Assembleia da República e o Grupo Parlamentar do CHEGA. Considera que o seu grupo parlamentar é tratado de forma igual ao dos outros partidos por Augusto Santos Silva ou há discriminação?

É mais que óbvio, e penso que claro para todos os portugueses, que os deputados do CHEGA são discriminados e menorizados pelo Presidente da Assembleia da República. Aliás, o recente ‘castigo’ aplicado aos deputados do CHEGA, de proibição de integrarem legitimamente as viagens realizadas pela Assembleia da República, é a prova cabal desta discriminação. No fundo, o que Santos Silva fez – e friso que ele deveria ser o presidente de todos os deputados – foi dizer “os meninos portaram-se mal e como tal não podem ir nas viagens”. É uma atitude vergonhosa por parte do Presidente da Assembleia da República.

Santos Silva falou recentemente em algumas formas de punir o Grupo Parlamentar do CHEGA, incentivando deputados de outras forças políticas a apresentarem queixa do partido. Como comenta esta atitude? 

Existe neste momento uma espécie de ‘vendetta’ do Presidente da Assembleia da República contra o CHEGA, estando mesmo disposto a instrumentalizar todos os outros partidos nesse sentido, como ficou provado pelas referidas afirmações. Mas não deixa de ser curioso que aqueles que mais encarniçadamente nos atacam, chamando-nos de fascistas, racistas, xenófobos e muitos outros adjetivos parecidos, sejam aqueles cujas atitudes contra nós demonstram uma verdadeira falta de democracia e respeito para com um partido legitimante eleito e que sempre se pautou pela defesa intransigente dos valores democratas, definidos pela nossa Constituição.

Foi um dos nomes propostos pelo CHEGA à vice-presidência da Assembleia da República, tendo sido recusado pela maioria dos deputados. Como classifica este chumbo consecutivo de todos os nomes apresentados pelo partido para este cargo?

É a clara demonstração da falta de democracia existente neste momento na Assembleia da República. Quando o Partido Socialista, de uma forma ditatorial e contra o sentido e a letra do Regimento da Assembleia da República – que define que os quatro principais partidos podem indicar um Vice-Presidentes cada – impõe as chamadas ‘linhas vermelhas’ para justificar o contínuo chumbo do nosso candidato a Vice-Presidente, demostra clara e inequivocamente quem de facto são os partidos antidemocratas e com toques ditatoriais dentro deste Parlamento. Para o Partido Socialista não importa quem é o nosso candidato. A ordem é chumbar … chumbar … chumbar!

Como olha para a ‘cerca sanitária’ que partidos políticos e instituições continuam a fazer ao CHEGA?  

Essa chamada ‘cerca sanitária’ revela mais sobre quem a impõe do que sobre o nosso partido. É no fundo a prova cabal de que determinados partidos políticos e algumas instituições não aceitaram os resultados de uma eleição legítima que nos colocou como terceira força política nacional. Quando os votos de quase meio milhão de portugueses são menosprezados, ignorados e tratados como sendo de cidadãos de segunda categoria, demonstra bem até que ponto esses partidos e instituições estão agarrados ao poder e dispostos a tudo para o conservarem. É um aviso para todos os cidadãos de bem deste país.

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