As equipas de salvamento numa área remota do Oceano Atlântico continuavam hoje uma autêntica corrida contra o tempo para tentar encontrar o submarino com cinco pessoas que desapareceu numa viagem aos destroços do “Titanic”.
O submarino “Titan” transporta um piloto, o empresário britânico Hamish Harding, que já tinha feito um passeio espacial, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, e um quinto passageiro, segundo familiares e outras fontes citadas pelas agências internacionais.
A comunicação com o submarino perdeu-se 45 minutos após o início do mergulho, no domingo à noite (hora local), disse a empresa OceanGate Expeditions, proprietária da embarcação e organizadora das viagens aos destroços do “Titanic”.
A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá, citado pela agência norte-americana AP.
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de 96 horas quando se fez ao mar pelas 06:00 de domingo (hora local), de acordo com David Concannon, um conselheiro da OceanGate, o que transforma a operação num contrarrelógio.
“É uma área remota e é um desafio conduzir uma busca nessa área remota”, admitiu o comandante da Guarda Costeira dos Estados Unidos, contra-almirante John Mauger.
As buscas à superfície e submarinas decorrem numa área a “cerca de 1.450 quilómetros a leste de Cape Cod [Estados Unidos], a uma profundidade de cerca de quatro mil metros”, precisou Mauger, citado pela agência francesa AFP.
“Estamos a utilizar todos os meios disponíveis para garantir que conseguimos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo”, afirmou.
A Guarda Costeira do Canadá também participa nas operações, que envolvem um C-130 norte-americano e um P8 canadiano equipado com um sonar capaz de detetar submarinos.
O “Titanic” afundou-se na viagem inaugural entre o Reino Unido e os Estados Unidos em abril de 1912, depois de ter colidido com um icebergue.
O desastre custou a vida a 1.514 dos 2.224 passageiros e tripulantes.
Os destroços do transatlântico luxuoso só foram encontrados em 1985, mais de sete décadas depois do naufrágio.
Um dos passageiros do submarino desaparecido, Hamish Harding, é presidente da empresa de venda de jatos privados Action Aviation, fundada em 2004.
O empresário de 58 anos anunciou nas redes sociais, no sábado, que fazia parte da tripulação do submarino.
“O submarino foi lançado com sucesso e Hamish está atualmente a mergulhar”, escreveu a sua empresa no Twitter no domingo.
O empresário paquistanês Shahzada Dawood vive no Reino Unido e patrocina o Instituto SETI (sigla inglesa de Procura de Inteligência Extraterrestre), cuja missão é explorar e compreender a origem do universo, segundo a agência espanhola EFE.
A expedição aos destroços do “Titanic” custou este ano 250 mil dólares (cerca de 229 mil euros, ao câmbio atual) a cada turista do mar.