O Papa Francisco aprovou hoje a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” da vidente de Fátima Lúcia de Jesus, abrindo caminho para a sua beatificação, informou o Santuário de Fátima.
A irmã Lúcia, a mais velha dos três videntes de Fátima, é considera pelos responsáveis do santuário da Cova da Iria como “figura central no conhecimento e divulgação da Mensagem dirigida à humanidade por Nossa Senhora nas Aparições”, em 1917.
Em nota publicada na sua página na Internet, o Santuário de Fátima sublinha que a aprovação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” é um “passo central no processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade”.
“Para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão da agora venerável Lúcia de Jesus”, acrescenta a nota, dando conta de que, “no santuário de Fátima, esta manhã, os sinos tocaram a repique, em sinal festivo pela `alegria deste momento`, como referiu o reitor, padre Carlos cabecinhas, que presidiu a uma oração espontânea na Capelinha das Aparições, na qual participaram funcionários, voluntários e peregrinos”.
O decreto com as virtudes heroicas da Irmã Lúcia deverá ser lido na presença do bispo de Coimbra, que chancelou o processo na sua fase diocesana, em data oportuna, informa ainda o Santuário de Fátima.
Lúcia de Jesus nasceu a 28 de março de 1907, em Fátima. Após a morte dos primos — os santos Francisco e Jacinta Marto -, Lúcia ingressou no Instituto das Irmãs de Santa Doroteia em 1925, onde permaneceu até 1948.
O seu percurso como Religiosa Doroteia foi maioritariamente vivido em Espanha, onde teve as duas Aparições que completam o ciclo da mensagem de Fátima, com os pedidos da Devoção dos Primeiros Sábados (1925), em Pontevedra, e da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria (1929), em Tuy.
“Ainda durante este tempo, por ordem do Bispo de Leiria, escreve as suas primeiras Memórias, dando assim início a um dos meios através do qual divulgará a mensagem de Fátima: a sua obra escrita”, segundo as suas notas biográficas.
Entrou no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, a 25 de março de 1948, onde permaneceu até à sua morte, em 13 de fevereiro de 2005.