Metade dos trabalhadores de plataformas fiscalizados estavam irregulares

© D.R.

Cerca de metade dos trabalhadores das plataformas digitais que foram alvo, na semana passada, de uma fiscalização pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) estavam em situação irregular, disse hoje a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Ana Mendes Godinho falava na sessão de abertura do colóquio “O Trabalho Digno. Contexto e leituras da Agenda”, em Lisboa, promovido pelo CoLABOR — Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social.

A ACT desenvolveu a primeira ação de fiscalização, na semana passada, após a entrada em vigor das alterações laborais no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, que entraram em vigor em maio, passando a prever a presunção de laboralidade para os trabalhadores das plataformas digitais.

“Cerca de 50% dos trabalhadores que foram identificados nesta ação estavam completamente irregulares do ponto de vista da sua relação laboral, portanto, não faziam sequer parte do sistema de proteção social nem de relação laboral”, afirmou Ana Mendes Godinho.

“Este é um primeiro indício de que, de facto, temos aqui muito para garantir e transformar para que a Agenda do Trabalho Digno seja uma realidade efetiva na vida dos trabalhadores”, considerou Ana Mendes Godinho.

A ministra não referiu, porém, qual o número de trabalhadores em causa. À margem, questionada pelos jornalistas, Ana Mendes Godinho indicou tratar-se de dados preliminares da ACT que não foram ainda divulgados na sua totalidade.

Na quarta-feira, decorreu uma ação de fiscalização aos estafetas de plataformas digitais, como a Glovo e Uber Eats, envolvendo “cerca de 30 inspetores” da ACT, em Lisboa e Porto, anunciou a inspetora-geral, Maria Fernanda Campos, que falava aos jornalistas no início da ação que decorria no Parque das Nações, em Lisboa.

“Esta ação inicia-se hoje [dia 28 de junho], vai durar até final do ano” e vai “acompanhar aqui o que é a situação dos trabalhadores nas plataformas, o seu relacionamento”, disse a inspetora-geral da ACT.

Últimas do País

Os sindicatos dos bombeiros sapadores tiveram mais uma reunião com o Governo na segunda-feira e esperam receber ainda esta semana uma nova proposta do executivo, avançaram hoje à Lusa as estruturas sindicais.
A associação Acreditar alertou hoje para atrasos nas intervenções oncológicas pediátricas que obrigam crianças a fazer vários ciclos de quimioterapia, podendo resultar em sequelas para a vida que poderiam ser evitadas se os tratamentos fossem realizados atempadamente.
Uma equipa de cientistas de várias instituições descobriu um novo mecanismo de mutação responsável pelo desenvolvimento de um cancro ósseo pediátrico agressivo, uma investigação que forneceu ainda pistas para melhorar a gestão dessa doença.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve no aeroporto de Lisboa uma mulher que transportava cerca de 200 mil doses individuais de heroína proveniente de um país asiático, estando em investigação o possível envolvimento de um grupo criminoso organizado.
A ministra da Administração Interna revogou hoje a portaria que altera os requisitos de admissão ao curso de formação de agentes da PSP duas semanas depois de ter sido publicada em Diário da República.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) exigiu, na segunda-feira, à ministra da Administração Interna um tratamento igual aos sindicatos da PSP que em julho assinaram um acordo com o Governo e pediu para se preocupar com as negociações que vão agora começar.
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) estão integrados num estudo europeu que pretende recolher, em 2025, informações genéticas para uma plataforma duradoura, que visa facilitar os ensaios clínicos sobre o autismo e o posterior desenvolvimento de terapias personalizadas.
O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) defendeu hoje a atuação da polícia na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em 19 de dezembro do ano passado.
“O operacional foi abordado por residentes de um acampamento localizado perto do poço que pertence à autarquia que também queriam retirar água”, cita o CM.
Cinco jovens foram constituídos arguidos por suspeita de furtos a estabelecimentos, residências e garagens em Ponte de Lima e Viana do Castelo, revelou hoje a PSP, que diz ter desagregado um grupo organizado ligado a estes crimes.