Ventura arrasa relatório da CPI. É uma “farsa” que mostra a “falta de vergonha” do PS

© Folha Nacional

O partido CHEGA considerou, na quarta-feira, que o relatório preliminar da comissão de inquérito à TAP é um “frete ao Governo” e anunciou que vai propor uma “alteração estrutural profunda”, apelando ao PS que tenha “um arrepio de consciência”.

O presidente do terceiro maior partido português, André Ventura, anunciou que o seu grupo parlamentar vai propor “uma alteração estrutural profunda a este relatório, que seja capaz de identificar responsáveis, de criar a narrativa dos factos tal como eles aconteceram e, sobretudo, que cumpra a lei e que expresse aquilo que foi dito e analisado na comissão de inquérito”.

“Ainda acreditamos, não obstante o embaraço, a farsa, a falta de vergonha que isto releva, que o PS pode ter um arrepio de consciência, a que nós apelamos, para que isto não saia assim para o país porque eu acho que isto envergonha-nos a todos”, defendeu André Ventura, que falava aos jornalistas após a conferência de imprensa de apresentação da versão preliminar do relatório, da autoria da deputada do Partido Socialista, Ana Paula Bernardo.

O líder do CHEGA criticou o facto de o PS transformar a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener e o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no bode expiatório para ilibar o Governo de qualquer responsabilidade na atribuição da indemnização à ex-secretária de Estado Alexandra Reis.

“Isto foi feito à medida, isto é um relatório encomendado pelo Governo que devia embaraçar o PS”, afirmou Ventura, que disse também que o relatório “foi escrito pelo Governo e enviado para o Grupo Parlamentar do PS ontem [terça-feira] à noite”.

“Só isso explica a incapacidade da própria deputada relatora [Ana Paula Bernardo] em explicar o relatório”, acrescentou.

O presidente do CHEGA defendeu igualmente que este documento constitui um “frete ao governo de tal maneira grande, claro e evidente” que acaba por ser “um embaraço para o parlamento”.

Mas não só. André Ventura sublinhou ainda que o documento em causa “viola a própria lei dos inquéritos parlamentares e não pode ser validado pelos partidos, à exceção, claro, do PS”.

“O presidente da Assembleia da República deveria olhar para este relatório e transmitir ao PS que isto não é uma brincadeira nem um canal de comunicação do Governo”, defendeu, referindo que o relatório da comissão parlamentar de inquérito “deve expressar aquilo que lá se discutiu, as conclusões que lá se retiraram e as análises que se fizeram, mesmo que nem sempre consensuais, e era isso que o país esperava”.


O relatório preliminar da comissão de inquérito parlamentar sobre a TAP conclui pela inexistência de evidências de interferências políticas na gestão da empresa.

De acordo com a deputada relatora, “não se registaram situações com relevância material que evidenciem uma prática de interferência na gestão corrente da empresa por parte da tutela”, ou seja, por parte dos ministérios das Finanças e das Infraestruturas.

No entanto, recomendou aos diferentes ministérios do executivo “uma melhor articulação” para futuro em casos em que empresas públicas tenham tutela partilhada.

Outra conclusão considerada polémica é relativa à ausência de “evidências de qualquer conexão” entre a saída de Alexandra Reis da administração da TAP, com uma indemnização de meio milhão de euros, e a sua transferência para a liderança da NAV.

No plano político, Ana Paula Bernardo foi questionada se a inclusão de referências no relatório sobre “impactos negativos para os trabalhadores da TAP”, ao longo do processo de reestruturação da empresa, visou captar uma abstenção do PCP, ao que a deputada não respondeu.

*com lusa

Últimas de Política Nacional

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito após denúncias de alegadas falsas assinaturas na lista de propositura da candidatura autárquica independente em Boticas, que foi rejeitada pelo tribunal e não foi a eleições.
O Ministério Público acaba de colocar um deputado socialista no centro de mais uma tempestade judicial: Rui Santos, ex-presidente da Câmara de Vila Real e atual deputado do PS, foi formalmente acusado de prevaricação e abuso de poder por alegadamente transformar a empresa municipal Vila Real Social numa peça de xadrez político ao serviço das suas ambições pessoais e partidárias.
A garantia é de Patrícia Almeida, mandatária nacional de André Ventura, deputada à Assembleia da República e militante fundadora do CHEGA. Para a dirigente, o recorde histórico de assinaturas “prova a força real do candidato” e mostra que “o país quer mudança e não teme assumir isso”. Patrícia Almeida assegura que Ventura é “o único capaz de defender os portugueses sem hesitações” e promete uma campanha firme, mobilizadora e “determinada a devolver Portugal aos portugueses”.
O oitavo debate das Presidenciais ficou hoje em suspenso. António José Seguro, candidato e antigo líder socialista, anunciou que não poderá marcar presença esta quinta-feira no duelo com João Cotrim Figueiredo, na RTP1, devido a um agravamento do seu estado de saúde.
No último dia do debate orçamental, André Ventura classificou o Orçamento do Estado como um documento “viciado e sem ambição”, acusando o Governo de manter a velha fórmula que, diz, tem destruído o país: mais impostos, mais burocracia e mais peso sobre quem trabalha.
Um despacho silencioso que entregou milhões ao Grupo Pestana e 22 escutas que ficaram na gaveta durante anos: dois episódios que voltam a colocar António Costa no centro de suspeitas políticas e judiciais.
O parlamento aprovou hoje o reforço da dotação orçamental do Tribunal Constitucional em 1,6 milhões de euros, por proposta do CHEGA, acedendo assim ao pedido feito pelos juízes do Palácio Ratton em audição parlamentar.
André Ventura deixou um recado direto ao país: Portugal deve condenar a Rússia, mas não enviará jovens portugueses para morrer na Ucrânia. O candidato presidencial exige clareza dos líderes políticos e garante que, se for eleito, evitará qualquer participação militar portuguesa no conflito.
O debate presidencial entre André Ventura e António José Seguro foi o mais visto da semana, superando largamente todos os restantes. No extremo oposto, o duelo entre Gouveia e Melo e João Cotrim de Figueiredo ficou no fundo da tabela, com a pior audiência registada.
André Ventura, presidente do CHEGA, marcou as comemorações do 25 de Novembro, defendendo o legado dos militares que travaram a deriva extremista e reafirmando que Portugal deve celebrar quem garantiu a liberdade e não quem tentou destruí-la.