TAP: Deputados da comissão de inquérito discutem e votam hoje relatório final

©facebook.com/tapairportugal

A comissão de inquérito à TAP vai hoje discutir e votar o relatório final, estando em análise, para além do texto preliminar da relatora socialista, as propostas de alteração apresentadas por PS, CHEGA, PCP e BE.

Na quarta-feira à noite foi conhecido que a relatora acolheu total ou parcialmente 48 propostas de alteração ao relatório, de um total de 126, incluindo uma recomendação dos comunistas para uma auditoria urgente da Inspeção Geral das Finanças à companhia aérea.

A comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP entra hoje na reta final com a discussão e votação do relatório, estando previsto que este seja, depois, apreciado na próxima quarta-feira em plenário da Assembleia da República.

Depois da apresentação, na semana passada, do relatório preliminar pela deputada relatora, a socialista Ana Paula Bernardo, os partidos tiveram até segunda-feira para entregar as suas propostas de alteração, tendo o Chega, o PCP, o BE e o próprio PS optado por fazê-lo, ultrapassando um total de uma centena de sugestões, enquanto PSD e IL decidiram não apresentar.

Esta tarde, a partir das 15:00, os deputados da comissão de inquérito voltam a reunir-se, estando prevista a apresentação do relatório pela relatora, bem como propostas de alteração pelos grupos parlamentares, seguindo-se o debate e a apreciação das mesmas.

Os deputados irão depois debruçar-se nas votações, incluído a final global, havendo ainda espaço para as declarações de voto, de acordo com a informação adiantada à agência Lusa.

A versão preliminar do relatório foi muito criticada pelos diferentes partidos de oposição e foi apelidada de “farsa”, “frete ao Governo” ou “vergonha democrática”, tendo sido apontadas várias omissões graves.

Uma das principais críticas foi o facto de não ter ficado escrito que houve ingerência política na companhia aérea, assim como a decisão da relatora de deixar de fora o caso que envolve o ministro João Galamba e os acontecimentos da noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas.

Entre as propostas de alteração apresentadas está precisamente uma do BE que quer que a conduta de João Galamba no Ministério das Infraestruturas figure nas conclusões do relatório, ao mesmo tempo que pretendem que fique explícito que os Fundos Airbus “consubstanciam um mecanismo de capitalização da TAP com dinheiro da própria empresa”.

Já o Chega pretende que o relatório conclua que existiu interferência do Governo de António Costa na companhia aérea, e que aconteceu de forma “deliberada e consciente”.

O PCP tem como objetivo que este relatório clarifique o que “verdadeiramente aconteceu” com os Fundos Airbus e que o ex-ministro Pedro Marques conhecia a situação, mas não o comunicou ao restante Governo, assim como considerou que ficou evidente que as sucessivas tentativas de privatização tiveram consequências dramáticas para a TAP.

Anunciado o voto contra e a decisão de não apresentar propostas de alteração, o PSD apresentou 26 conclusões que fará constar da declaração de voto que ficará anexa ao relatório, referindo-se ao “rol de alegados e potenciais crimes” na noite de 26 de abril e que “a responsabilidade futura do pagamento de indemnizações a Christine Widener e Manuel Beja, se alicerçadas no processo formal do despedimento, nomeadamente na escolha da ‘justa causa’, será de Fernando Medina e João Galamba”.

Já o presidente da IL, partido que também não avançou com propostas, defendeu que o documento devia incluir que “houve ingerência política”, “mentira”, “incompetência” e que o Estado não pode “estar com a mão metida em empresas públicas”.

Últimas de Economia

As perdas devido a fraudes com cartões e transferências totalizaram 8,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, acima dos cinco milhões de euros do primeiro semestre de 2023, segundo dados do Banco de Portugal.
As vendas a retalho aumentaram, em março, 1,5% na zona euro e 1,4% na União Europeia (UE), face ao mês homólogo e recuaram 0,1% em ambas na comparação mensal, divulga hoje o Eurostat.
As renegociações de crédito à habitação voltaram a recuar em março, para 430 milhões de euros, menos 39,6% em termos homólogos e 34 milhões de euros face a fevereiro, de acordo com dados hoje divulgados pelo regulador bancário.
O preço médio da eletricidade doméstica na União Europeia (UE) permaneceram praticamente estáveis, no segundo semestre de 2024, e acima dos níveis registados antes da crise energética de 2022, com Portugal a apresentar o maior aumento (14,2%).
O preço médio do gás doméstico na União Europeia (UE) aumentou, no segundo semestre de 2024, para 12 euros/100 kWh, com Portugal a apresentar o mais elevado (16,6 euros) em paridade de poder de compra, divulga o Eurostat.
O Governo prorrogou o prazo para a comunicação de faturas de abril até à próxima sexta-feira, depois da denúncia da Ordem dos Contabilistas relativamente a falhas persistentes no Portal das Finanças.
O Novo Banco aprovou uma redução do capital em 1.100 milhões de euros, que vai ser distribuído pelos acionistas, no valor de 2,20 euros por ação, foi hoje comunicado ao mercado.
A Deco avançou com uma ação judicial contra a Apple devido às sobretaxas de ‘streaming’ de música, acusando a tecnológica de abusar da sua posição no mercado, e exige que os consumidores sejam compensados.
A União Europeia (UE) multou hoje o TikTok em 530 milhões de euros, depois de uma investigação ter concluído que as transferências de dados da aplicação para a China violaram as regras de privacidade da UE, avança a Associated Press.
A taxa de inflação homóloga terá aumentado para 2,1% em abril, mais 0,2 pontos percentuais do que no mês anterior, segundo a estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).