Ministra da Defesa diz que é preciso deixar a justiça trabalhar com serenidade

© Folha Nacional

A ministra da Defesa disse hoje que é preciso dar espaço para a justiça trabalhar, sobre os casos que envolvem o ex-governante Capitão Ferreira, arguido na operação Tempestade Perfeita, remetendo mais esclarecimentos para sexta-feira, no parlamento.

“O mais importante para mim é mesmo, por um lado, dar o espaço à justiça que tem que ter, não desvalorizar o facto de que a justiça tem que trabalhar com serenidade e com rigor, mas também chamar a atenção para iniciativas que visam prevenir a corrupção”, afirmou Helena Carreiras, à margem de uma visita à Escola das Armas, em Mafra, onde vários jovens participam no programa ‘Defesa + Jovem’.

A ministra da Defesa Nacional apelou para que se deixe à Inspecção Geral da Defesa Nacional, ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público “essa outra dimensão de investigação e de apuramento de todos os factos”.

A governante afirmou que tem “todas as condições para explicar aquilo que for necessário explicar”, remetendo mais esclarecimentos para sexta-feira, quando for ouvida na Assembleia da República, em conjunto com o ex-ministro da tutela, João Gomes Cravinho.

Suspeito dos crimes de corrupção e participação económica em negócio, Capitão Ferreira cancelou uma audição parlamentar invocando a sua condição de arguido, que foi conhecida após a sua demissão do Governo, no dia 07 de julho.

Nessa sexta-feira, o ministério da Defesa Nacional confirmou a presença das autoridades “nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021”.

Entre os “factos vindos a público” sobre os quais os deputados querem esclarecimentos da ministra da Defesa e do ex-titular da pasta, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, um contrato de assessoria em 2019 com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional.

Baseando-se em documentos do Ministério da Defesa, o Expresso noticiou hoje que Marco Capitão Ferreira terá começado a prestar assessoria à Defesa antes de assinar o contrato, no valor de 61 mil euros.

O contrato de assessoria assinado entre o secretário de Estado e a Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), à data liderada por Alberto Coelho – um dos envolvidos na operação judicial ‘Tempestade Perfeita’ e nome ligado à derrapagem dos custos na requalificação do antigo Hospital Militar de Belém, foi assinado em 25 de março de 2019.

Com uma vigência de 60 dias e no valor de 50 mil euros mais IVA, segundo o ex-próprio secretário de Estado, o contrato de assessoria foi assinado em 25 de março de 2019 e os serviços foram concluídos quatro dias depois, em 29 de março desse ano.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.