Depois da notícia da semana passada sobre os lucros exorbitantes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que aumentaram para 608 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 25,2% face a igual período do ano passado, informação divulgada pelo banco, mas, contudo, a desigualdade social continua a ser um dos problemas mais graves enfrentados pela sociedade atual. Enquanto largos milhares de pessoas vivem em condições de extrema pobreza, os bancos continuam a acumular enorme lucro. Esta disparidade chama a atenção para a falta de imparcialidade no sistema financeiro e para a necessidade de uma distribuição mais justa da riqueza.
Os bancos desempenham um papel fundamental na economia global, fornecendo serviços financeiros essenciais para empresas e indivíduos em geral. No entanto, nos últimos anos, tem havido um crescente debate sobre a ética dos lucros dos bancos e sua contribuição para a desigualdade social.
Uma das principais críticas é o fato de que os bancos tem beneficiado enormemente da manipulação dos mercados e de práticas financeiras duvidosas. Durante a crise financeira de 2008, por exemplo, muitos bancos foram resgatados pelos Governos com dinheiro dos contribuintes, mas continuaram a pagar prémios milionários aos seus Diretores. Enquanto isso, milhares de pessoas perderam os seus empregos e suas casas devido à crise.
Além disso, os bancos desfrutam de privilégios fiscais significativos em muitos países. Isso significa que pagam menos impostos comparando com outras empresas e indivíduos de rendimento médio. A vantagem fiscal contribui para a concentração de riqueza nas mãos de poucos, agravando ainda mais a desigualdade social.
Outro fator importante é a diferença nos serviços financeiros disponíveis para os ricos e para os pobres. Enquanto os bancos oferecem uma ampla gama de produtos e serviços aos clientes ricos, como investimentos de retorno alto e gestão patrimonial, aqueles que não têm acesso a esses serviços são deixados para lidar com altas taxas de juros nos empréstimos e serviços bancários básicos.
Essa iniquidade no sistema financeiro torna extremamente difícil para os mais pobres escaparem da pobreza e alcançarem uma vida melhor. A falta de acesso a crédito acessível e a oportunidades de investimento impede que essas pessoas melhorem a sua situação financeira. Enquanto isso, os bancos continuam a acumular lucros exorbitantes!
No entanto, é importante ressaltar que nem todos os bancos são iguais… Alguns tem uma abordagem mais socialmente responsável e estão envolvidos em iniciativas para reduzir a desigualdade social. Oferecem produtos e serviços financeiros adaptados às necessidades das populações de baixo rendimento e investem em programas de inclusão financeira e social.
A regulamentação do setor financeiro é fundamental para garantir a equidade no sistema. É essencial que as políticas públicas estejam voltadas para a promoção da justiça social e para a redução da desigualdade, não apenas no setor bancário, mas em toda a economia. Isso significa combater a evasão fiscal, garantir que os impostos sejam pagos de forma justa e redistribuir a riqueza de forma mais equitativa.
Concluindo, a desigualdade social e o enorme lucro dos bancos estão interligados. O setor financeiro desempenha um papel-chave na economia, mas a sua prática tem de ser revista para reduzir a desigualdade. Além disso, é necessário um esforço conjunto entre governo, bancos e sociedade civil para promover um sistema financeiro mais justo e inclusivo, que contribua para a redução da desigualdade social e para uma distribuição mais equitativa da riqueza.
Os nossos idosos e famílias que não conseguem acompanhar a inflação, já que os gastos fixos duplicaram com a inflação, agora pergunto, o Estado Português não analisa a situação no seu global? Porquê?