“Não é preciso um Tribunal Constitucional em Portugal”

© Juventude CHEGA

O vice-presidente do CHEGA, António Tânger Correa, defendeu que o Tribunal Constitucional é um “mero instrumento de joguete partidário” entre PS e PSD, pelo que não é necessário, devendo ser substituído por uma “instituição imparcial”.

“Não é preciso um Tribunal Constitucional em Portugal, pelo contrário. É preciso uma instituição imparcial, uma secção do Supremo Tribunal de Justiça, por exemplo”, defendeu.

Falando no encerramento da III Academia Política de Verão organizada pelo partido, perante uma sala cheia de jovens, o dirigente afirmou que cabe à juventude do CHEGA “mostrar a todos os portugueses o que é de facto o TC”, considerando que “nem é tribunal nem é constitucional”.

“A rua tem de ser tomada. O povo português tem de compreender o que é o TC, que é irmão gémeo do que foi o Conselho da Revolução, que foi extinto”, alegou, sustentando que, “ao contrário do que as pessoas pensam, que é uma espécie de um suprassumo de um tribunal, não é, é um mero instrumento de joguete partidário que circula entre dois partidos, o PS e o PSD, com fortíssimo apoio do PCP”.

António Tânger Correa apontou que “o TC tem juízes, por assim dizer, que são nomeados pelos partidos políticos”, e referiu-se à juíza Mariana Canotilho, alegando ter sido “nomeada pelo PCP”.

“Eles, responsáveis pela morte de milhões de seres humanos, a maior chacina que o mundo alguma vez conheceu, vêm dar-nos lições de moral e dizer o que o é que o CHEGA deve ou não deve fazer”, criticou.

O CHEGA sabe na segunda-feira se vai poder concorrer às eleições legislativas regionais da Madeira, no final do mês. A lista apresentada pelo partido foi impugnada e a decisão final cabe agora ao TC.

O vice-presidente do CHEGA referiu-se a esta decisão e considerou uma “eventualidade bastante razoável de que seja negativa” e o partido seja impedido de ir a votos na Madeira.

Falando perante uma plateia e algumas dezenas de jovens, o diplomata defendeu também que “falar de direita e de esquerda em 2023 não tem qualquer razão de ser”, apontando que a “luta é entre totalitarismo e liberdade”.

“Chamar extrema-direita a um partido como o CHEGA é uma total ignorância política e uma total e absoluta má-fé, porque a extrema-direita, pura e simplesmente, não existe”, argumentou António Tânger Correa, defendendo que “único partido que não tem raiz marxista na Assembleia da República é o CHEGA”.

O TC já tinha sido atacado nos últimos dias pelo presidente do CHEGA, André Ventura, após várias decisões desfavoráveis ao partido, a mais recente das quais a decisão de invalidar a convocatória da última convenção, que decorreu em janeiro.

Na mesma sessão de encerramento desta iniciativa da Juventude CHEGA, que decorreu entre sexta-feira e domingo em Cascais (distrito de Lisboa), o líder parlamentar do partido, Pedro Pinto, abordou também o tema das eleições regionais na Madeira, apontando que segunda-feira é “um dia decisivo”.

“Não temos medo daquilo que o TC vai decidir amanhã, a favor ou contra a nossa ida às eleições da Madeira. Estamos de consciência tranquila que somos um partido legalizado, que pode e deve ir a eleições”, sustentou.

Pedro Pinto repetiu também uma ideia já deixada por André Ventura, afirmando que se o CHEGA for impedido de concorrer será “o maior ataque à democracia em Portugal”.

“Não nos podem impedir de ir a votos e não nos vão impedir de ir a votos”, disse.

O líder parlamentar do CHEGA abordou vários temas na sua intervenção, um dos quais a polémica em torno do beijo do presidente da federação espanhola de futebol (entretanto suspenso) à jogadora Jenni Hermoso, após a vitória de Espanha na final do mundial feminino de futebol.

O deputado considerou o “cúmulo um beijo a uma mulher ser escândalo”, apesar de ter dito ser “óbvio que não devia ter dado”, e criticou a “hipocrisia de uma sociedade que diz que [Rubiales] agrediu sexualmente uma mulher por lhe ter dado um beijo”, recusando que seja o que está em causa.

E criticou que a bandeira LGBT tenha sido hasteada no parlamento, afirmando que o “normal é um homem e uma mulher”.

Perante os jovens, Pedro Pinto advogou que o futuro não passa pelas “amarras do socialismo”, considerando que este é o principal combate do partido.

O adjunto da Direção Nacional do CHEGA achou também “engraçada e curiosa” a imagem do líder do PSD, Luís Montenegro, a discursar na Universidade de Verão social-democrata com vários jovens atrás de si, afirmando que o “que mais jovens mandou embora do país é o partido que agora se apresenta como partido dos jovens”.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA continua a subir nas intenções de voto e já está em empate técnico com o PS e a AD, segundo a mais recente sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã, Jornal de Negócios, CMTV e Now.
O Chega manifestou-se hoje disponível para debater propostas no âmbito dos incêndios que têm afetado o país e pediu medidas de combate ao despovoamento do interior.
O presidente do Chega entregou ontem mantimentos e águas no quartel dos Bombeiros Voluntários do Fundão e apelou aos partidos e líderes políticos que vão ao terreno, criticando o Governo pela "gestão desastrosa" do combate aos incêndios.
O CHEGA decidiu adiar a manifestação que tinha agendada para dia 24 de agosto devido ao drama a que o país está assistir com incêndios descontrolados, vidas perdidas e casas destruídas.
O CHEGA pediu hoje um debate de urgência no Parlamento sobre a coordenação do combate aos incêndios com a presença do chefe do Governo, Luís Montenegro, e da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou o líder do partido.
O prazo para oficializar as candidaturas às eleições autárquicas de outubro termina às 18h00 de segunda-feira, devendo as listas ser entregues na comarca cível do município a que concorrem, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Os deputados do CHEGA vão doar o aumento salarial às vítimas dos incêndios. André Ventura rejeita “enriquecer à custa do sofrimento do povo” e critica privilégios em tempos de crise.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que a decisão do Tribunal Constitucional de chumbar a lei dos estrangeiros “não é compreensível” e traduz “um espírito de esquerda que se apoderou das instituições”.
O Ministério Público instaurou um inquérito-crime a André Ventura e Rita Matias por declarações feitas no Parlamento. Trata-se de algo inédito na democracia portuguesa, uma vez que, de acordo com o jornal Público, não há registo de investigações criminais motivadas por intervenções realizadas em plenário.
O líder do CHEGA disse esta quarta-feira respeitar a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público e manifestou-se convicto de que será arquivado, por considerar que se trata de uma questão de "liberdade política".