Fenprof diz que mais de 100 mil alunos estariam sem aulas se arrancassem hoje

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, avançou hoje que mais de 100 mil alunos estariam sem aulas se estas arrancassem hoje, solicitando ao ministro da Educação que “tome medidas” e que “seja ministro”.

©FENPROF

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, avançou hoje que mais de 100 mil alunos estariam sem aulas se estas arrancassem hoje, solicitando ao ministro da Educação que “tome medidas” e que “seja ministro”.

“O senhor ministro [da Educação] tem que tomar medidas, o senhor ministro tem que ser ministro. O senhor ministro tem que perceber que o que as pessoas esperam dele não são apelos, são medidas, e o senhor ministro não as toma”, criticou.

À entrada da EB 2,3 Martim de Freitas, na cidade de Coimbra, onde 9 organizações sindicais afixaram algumas lonas e cartazes a pedir respeito pelos professores, Mário Nogueira repetiu que “os sindicatos têm todo o bom senso deste mundo”.

“O senhor ministro tem que ter capacidade para ser governante, para ser ministro da Educação e para tomar medidas para que os alunos das nossas escolas tenham professores”, acrescentou.

Aos jornalistas, o dirigente sindical sublinhou que é do conhecimento do ministro da Educação que, este ano letivo, chegam à profissão cerca de 600 professores, quando se prevê a aposentação de aproximadamente 3.500.

“Sabe qual é o número de alunos que não teriam aulas se as aulas começassem hoje: mais de 100 mil. O senhor ministro sabe tudo e o que é que faz? O senhor ministro pede bom senso e só lhe falta ir a Fátima rezar para ver se havia professores para as escolas”, ironizou.

De acordo com Mário Nogueira, o ministro da Educação, João Costa, não avança com o número de professores em falta no arranque do ano letivo 2023/2024 “para esconder a inépcia que tem existido”.

“Ele sabe perfeitamente que as 27 residências que ele tem, 15 em Lisboa e 12 no Algarve, não irão resolver o problema da falta de habitação de milhares de professores que estão deslocados. O senhor ministro e o Governo tomam medidas que são medidas simbólicas para dizer que há habitações, mas não diz que são 27 para não sei quantos mil professores”, lamentou.

Nove organizações sindicais de docentes afixaram, durante a manhã de hoje, mupis e pendões em locais públicos, escolas e sedes de agrupamento de escolas do país.

Estes materiais de informação e propaganda dirigem-se às comunidades educativas locais, alertando para “a necessidade de mobilização em defesa da escola pública” e para “a compreensão do problema da falta de professores que é consequência de políticas de desvalorização da profissão docente”.

Em Coimbra foram exibidos cartazes onde se podia ler “falta de professores, é urgente valorizar a profissão. Pela escola pública a luta continua” ou a solicitar “respeito”.

Esta iniciativa está integrada no calendário das ações que a Associação Sindical de Professores Licenciados (APSL), Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Federação Nacional da Educação (FNE), Pró-Ordem dos Professores (PRÓ-ORDEM), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (SEPLEU), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SINAPE), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU) planearam para a abertura do ano letivo.

Últimas do País

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito por violação de segredo de Estado que tinha aberto após ter sido apreendida, na Operação Influencer, uma 'pen-drive' com uma lista de agentes dos serviços de informação.
A praia da Nazaré está desde domingo interditada a banhos, pela terceira vez este verão, devido a uma "escorrência" detetada nesse dia, mantendo-se a medida até serem revelados os resultados das análises efetuadas às águas balneares.
O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Sintra decidiu hoje levar José Castelo Branco a julgamento nos exatos termos da acusação do Ministério Público (MP) por violência doméstica sobre Betty Grafstein.
As intervenções emergentes e críticas decorrentes dos incêndios rurais deste verão têm o valor de 3,7 milhões de euros, revelou o Ministério do Ambiente e Energia, adiantando existir uma dotação de 15 milhões de euros para ações urgentes.
O número de atendimentos em serviço de urgência do Serviço Nacional de Saúde diminuiu cerca de 4% em duas décadas, entre 2003 e 2023, período em que o número de enfermeiros especialistas triplicou, segundo dados divulgados hoje pelo INE.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) inicia na terça-feira uma operação de sensibilização e fiscalização rodoviária direcionada aos comportamentos associados à condução agressiva, em especial dos utilizadores de veículos de duas rodas a motor.
O Ministério da Saúde revelou hoje que há instituições que tinham assinado contratos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para cuidados continuados que pediram a rescisão, num total que abrange mais de 870 camas.
Um sismo de magnitude 2.8 na escala de Richter, com epicentro cerca de 10 quilómetros a norte de Santa Luzia, na ilha do Pico, foi hoje sentido pelas 13:09, nos Açores, segundo o IPMA.
Um incêndio que deflagrou hoje numa zona de mato em Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, já se encontra dominado, segundo o Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa.
O SNS tem mais de 150 mil trabalhadores, mas os bastonários dos médicos e enfermeiros elencam a falta de profissionais como um constrangimento do serviço público que já gasta cerca de 15 mil milhões de euros anualmente.