Espanha recebe ministros das Finanças de 60 países já esta 6.ª feira

A cidade espanhola de Santiago de Compostela acolhe, entre sexta-feira e sábado, a reunião informal dos ministros europeus das Finanças, bem como da América Latina e Caraíbas, quando a União Europeia (UE) discute a reforma das regras orçamentais.

© D.R

Realizada em Santiago de Compostela no âmbito da presidência espanhola do Conselho da UE, esta reunião informal vai juntar os responsáveis pelas Finanças dos 27 Estados-membros europeus, incluindo o governante português Fernando Medina, assim como dos países da América Latina e Caraíbas (como o Brasil), para discutir uma cooperação reforçada entre os dois blocos e financiamento comunitário a projetos latino-americanos.

De acordo com fontes europeias, aquela que será a maior reunião informal deste semestre de presidência espanhola da UE, começa na sexta-feira com discussões sobre a estratégia europeia para desenvolver novas infraestruturas no bloco latino-americano, “com cerca de 130 projetos de investimento público-privado em ambos os lados do Atlântico” num investimento de 45 mil milhões de euros.

Ao reunir estes 60 países, que representam 21% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, a ideia é “avançar no sentido de ir para uma economia ‘verde’ e digital global”, segundo fontes comunitárias.

Um dos assuntos em cima da mesa será o investimento na Amazónia, que estará em foco num evento paralelo, na sexta-feira, organizado pelo Banco Europeu de Investimento.

Já a 27, uma das principais discussões incidirá sobre a revisão das regras orçamentais da UE, quando se prevê a sua retoma em 2024, após a suspensão devido à pandemia e à guerra da Ucrânia, com nova formulação apesar dos habituais tetos de 60% do PIB para a dívida pública e de 3% do PIB para o défice.

Salientando os “progressos feitos no verão” para aproximar posições entre os Estados-membros europeus, as fontes comunitárias indicaram que o debate de sábado visa, precisamente, a coordenação da política orçamental, salvaguardando a “necessidade de continuar a reforçar e a realizar os investimentos necessários”.

O objetivo da atual presidência espanhola da UE é que o debate sirva de base para uma proposta a apresentar na reunião ordinária dos ministros das Finanças em outubro, já que segundo fontes europeias não se espera um consenso este fim de semana.

A Alemanha é o país mais cético, ao exigir garantias de que os países endividados vão reduzir a sua dívida pública em, pelo menos, 0,5% ao ano, sendo que os que passam a fasquia dos 60% do PIB devem fazê-lo, no entendimento de Berlim, a um ritmo de 1% por ano.

Portugal tem vindo a defender a introdução de um caráter anticíclico nesta reforma, para que, em alturas de maior crescimento económico ou de inflação mais alta, os países realizem um esforço maior para baixar a dívida pública e que, ao invés, tenham ritmos de redução mais lentos em alturas de PIB mais contido ou de baixa inflação.

A discussão tem por base uma proposta da Comissão Europeia, divulgada em abril passado, para regras orçamentais baseadas no risco, com uma trajetória técnica e personalizada para países endividados da UE, como Portugal, dando-lhes mais tempo para reduzir o défice e a dívida.

Outro assunto em cima da mesa será a liderança do Banco Europeu de Investimento, à qual concorrem cinco candidatos, entre os quais a vice-presidente executiva da Comissão Europeia Margrethe Vestager e a vice-presidente e ministra dos Assuntos Económicos, Nadia Calviño.

Como a Lusa avançou, Portugal apoia a candidatura de Nadia Calviño, cabendo agora aos ministros das Finanças da UE chegar a um consenso sobre um nome, sem se esperar que isso aconteça este fim de semana.

Últimas de Economia

As empresas multinacionais garantiram mais de um quarto das receitas totais de IRC arrecadadas pelo Estado português em 2022, 29% do total, mostram estatísticas hoje divulgadas pela OCDE.
A empresa estatal Parpública anunciou hoje, em comunicado, que recebeu "três declarações de manifestação de interesse" pela privatização da TAP, cuja entrega de candidaturas encerrou às 16:59.
O prazo para a entrega das manifestações de interesse pela privatização da TAP termina hoje, seguindo-se agora a análise das candidaturas pela Parpública e a preparação para as propostas não vinculativas.
Os pagamentos aos beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ultrapassaram a barreira dos 10.000 milhões de euros na última semana, com as empresas a manterem-se na liderança, segundo o último relatório de monitorização.
O endividamento do setor não financeiro, que reúne administrações públicas, empresas e particulares, aumentou 9.400 milhões de euros em setembro face a agosto, para 866.400 milhões de euros, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O International Airlines Group (IAG) entregou à Parpública uma declaração de interesse no processo de privatização da TAP, anunciou hoje o grupo dono da British Airways e da Iberia, um dia antes do final do prazo definido.
O montante investido em certificados de aforro voltou a aumentar em outubro, em termos homólogos, para 39.387 milhões de euros, um crescimento de 15,4% em termos homólogos, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
A intensidade energética da economia situou-se em 3,7 MJ/euro em 2023, traduzindo uma redução de 6,4% face a 2022, o resultado mais baixo da série disponível, anunciou hoje o Instituto Nacional e Estatística (INE).
O escândalo da privatização da TAP volta a rebentar: o Ministério Público constituiu quatro arguidos por suspeitas de que a companhia aérea foi comprada… com o próprio dinheiro da TAP. A operação 'Voo TP789' desencadeou 25 buscas explosivas e está a abalar o setor da aviação nacional.
A taxa de inflação homóloga fixou-se, em outubro, nos 2,1% na zona euro, confirmou hoje o Eurostat, indicando que na União Europeia (UE) foi de 2,5%, com Portugal a apresentar a sexta menor (2,0%).