Exército russo assinou 300 mil novos contratos com voluntários, diz Putin

O Presidente russo, Vladimir Putin, negou hoje qualquer intenção de as forças armadas contratarem mercenários no exterior por terem assinado cerca de 300 mil novos contratos com voluntários desde o início do ano.

© Site Oficial da Federação Russa

“Não há necessidade de convidar pessoas de fora para lutar” contra a Ucrânia, disse Putin no final de um encontro com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, na cidade russa de Sochi, na costa do Mar Negro.

Putin disse recentemente que havia 270 mil novos contratos nas forças armadas, mas referiu hoje aos jornalistas em Sochi que os dados foram atualizados.

“Esta manhã, foram divulgados [novos dados]: 300 mil contratos assinados por pessoas que estão prontas a sacrificar as suas vidas no interesse da Pátria, protegendo os interesses da Rússia”, afirmou.

No início de setembro, os serviços secretos militares britânicos disseram que a Rússia estava a contratar soldados em países vizinhos, como o Cazaquistão, para compensar as baixas sofridas na guerra contra a Ucrânia.

Moscovo estaria também a oferecer a nacionalidade russa a imigrantes que aceitem um contrato com as forças armadas, segundo as mesmas fontes.

As medidas evitariam a impopularidade de uma nova mobilização geral.

Putin ordenou uma mobilização parcial de 300 mil reservistas em setembro de 2022, sete meses depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, mas a medida provocou a fuga de centenas de milhares de russos em idade militar.

O Ministério da Defesa russo decretou recentemente a obrigatoriedade de todos os efetivos de grupos militares privados, como o Grupo Wagner, assinarem contratos profissionais com as forças armadas.

A recusa de tal contrato e críticas às chefias militares levaram a uma breve rebelião do chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, no final de junho.

Prigozhin morreu num acidente de aviação perto de Moscovo em 23 de agosto, segundo as autoridades russas.

Putin disse em Sochi que as unidades formadas com os novos contratados “estão equipadas com armas e equipamentos modernos”.

“Algumas já estão 85-90% equipadas”, afirmou, segundo a agência russa Interfax.

Putin disse ainda que o salário pago atualmente aos soldados não chega para compensar a ameaça de morte ou de ferimentos graves que enfrentam na frente de batalha.

“Acima de tudo, os nossos homens que celebram estes contratos são guiados pelas mais elevadas considerações patrióticas. Até isso, por si só, inspira respeito”, acrescentou.

Desconhece-se as baixas civis e militares na guerra em curso há quase 19 meses na Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que serão elevadas.

A guerra iniciada pela Rússia foi considerada como a crise de segurança mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

No final de setembro de 2022, a Rússia anunciou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que juntou à Crimeia, anexada em 2014.

Kiev e a generalidade da comunidade internacional consideram as anexações ilegais, pelo que não reconhecem a soberania russa nos cinco territórios.

A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo a Crimeia, retomando as fronteiras de 1991, quando se tornou independente da União Soviética.

Últimas do Mundo

A China executou hoje o autor de um ataque por atropelamento que matou 35 pessoas na cidade de Zhuhai, que faz fronteira com Macau, em novembro, informou a imprensa estatal.
O Papa Francisco saudou hoje, na Praça de São Pedro, em Roma, a libertação de presos anunciada pelo Governo cubano após mediação do Vaticano, classificando-a como “um gesto de grande esperança”.
A Polónia arrancou com a construção do “Escudo Oriental” nas fronteiras com a Rússia e Bielorrússia, um muro com diferentes tipos de barreiras e obstáculos, estruturas antitanque, sistemas de vigilância e possivelmente minas, para proteger-se de uma eventual invasão.
O Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, disse hoje que na última semana a Rússia atacou o país com 1.370 sistemas aéreos, incluindo drones, bombas e mísseis.
O papa Francisco saudou hoje o acordo de cessar-fogo em Gaza e incentivou a comunidade internacional a ajudar Israel e a Palestina a encontrarem uma “solução justa” de dois Estados que permita a reconciliação.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor às 11:15 locais (9:15 em Lisboa), anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A TikTok deixou de funcionar no sábado nos EUA, após o Supremo Tribunal decidir manter uma lei aprovada pelo Congresso que obriga a aplicação a desvincular-se da empresa-mãe, a chinesa ByteDance, ou a enfrentar o encerramento.
Os seis deputados do partido israelita de direita radical Poder Judaico, do ministro Itamar Ben Gvir, vão abandonar no domingo a coligação governamental, em protesto contra o acordo de cessar-fogo em Gaza, perdendo o executivo a maioria parlamentar.
Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas com gravidade num acidente ocorrido hoje num teleférico da estância de esqui de Astún, segundo um balanço provisório das autoridades de Aragão.
Toneladas de boletins de voto das eleições gerais de outubro foram incinerados hoje nos arredores de Maputo, depois de o tribunal recusar um recurso da sociedade civil para parar o processo, encerrando um dos mais controversos processos eleitorais moçambicanos.