No relatório de atualização das perspetivas económicas e orçamentais 2023-2027, quanto ao mercado de trabalho, o CFP revê em alta as perspetivas para a criação de emprego em 2023 em um ponto percentual, para 1,2%, enquanto “a taxa de desemprego deverá manter-se inalterada em 6,4% da população ativa”.
O organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral está, assim, mais otimista do que o Governo que, no Programa de Estabilidade apresentado em abril, previa uma taxa de desemprego de 6,7% para este ano.
Segundo o CFP, “nos anos seguintes, o ritmo de criação de emprego deverá aproximar-se de uma taxa nula, enquanto a taxa de desemprego deverá diminuir gradualmente até 6,0%, refletindo as dinâmicas demográficas”.
“Em resultado de uma revisão em alta da hipótese de crescimento da população ativa, o atual cenário macroeconómico revê favoravelmente as condições no mercado de trabalho”, realça o CFP.
Foram também revistas em alta as perspetivas para a evolução das remunerações médias por trabalhador em 2,2 pontos percentuais, para 8,5%, um valor que está “acima da produtividade aparente do trabalho e da taxa de inflação”, indica o CFP.
Porém, apesar do crescimento médio das remunerações, “o rendimento disponível nominal deverá desacelerar em 2023, num contexto de redução da criação de emprego” o que deverá refletir-se numa redução da taxa de poupança “que já atingira níveis historicamente baixos em 2022, marcando o esgotamento das poupanças acumuladas no processo de recuperação pós-pandemia”, afirma o organismo.
Para 2024, o CFP estima um aumento médio das remunerações por trabalhador em 4,7%.